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VENTILAÇÃO MECÂNICA NAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS EM PEDIATRIA

Roberta da Silva Teixeira

Fellipe Allevato Martins da Silva

epub-COLETANEA-VENTILACAO-V1_Artigo4

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • classificar as cardiopatias congênitas quanto à influência no sistema respiratório;
  • identificar alterações da circulação sanguínea pulmonar decorrentes das trocas gasosas e da VM;
  • indicar parâmetros ventilatórios recomendados a cada grupo de cardiopatia congênita no pré-operatório;
  • recomendar parâmetros ventilatórios a cada grupo de cardiopatia congênita no pós-operatório (PO).

Esquema conceitual

Introdução

Cardiopatia congênita é caracterizada pela anormalidade na estrutura ou na função cardiocirculatória que ocorre desde o nascimento, mesmo se posteriormente diagnosticada.1

A gravidade da cardiopatia congênita é variável, incluindo desde a presença de comunicações entre cavidades que regridem espontaneamente até grandes malformações que podem requerer diversos procedimentos, cirúrgicos ou via cateterismo. Pode suceder em óbito intrauterino, na infância ou na idade adulta.2

Apesar desse cenário, a qualidade de vida em longo prazo e a mortalidade da população pediátrica com cardiopatia congênita melhoraram substancialmente nas últimas décadas, em decorrência das grandes melhorias obtidas nos diagnósticos, nas cirurgias mais complexas e na experiência de manejo dos profissionais envolvidos no tratamento.3,4

Sabe-se que, em muitas ocasiões, os pacientes com cardiopatia congênita podem necessitar de ventilação mecânica (VM). Ademais, se o manejo ventilatório de uma criança/adolescente for utilizado de maneira inapropriada, pode contribuir para aumentar a taxa de morbidade e de mortalidade.5

A estratégia de atuação na cardiopatia congênita deve se pautar no tipo de cardiopatia, na fase da doença naquele momento e/ou na presença de alguma enfermidade associada, sendo essencial que a escolha do modo ventilatório seja subsidiada nas inter-relações das variáveis do ventilador com a fisiopatologia da doença e com os possíveis efeitos deletérios.5