CICLOTIMIA: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO

Autores deste artigo

• KELLEN CANCELLIER CECHINEL-RECCO

• RITELE HERNANDEZ DA SILVA

Resumo

O transtorno ciclotímico, ou ciclotimia, é um transtorno psiquiátrico que costuma ter início na adolescência ou no início da vida adulta e é caracterizado por uma apresentação crônica de sintomas depressivos e hipomaníacos leves, que não são capazes de atender aos critérios diagnósticos para um episódio depressivo ou hipomaníaco completo. A sua prevalência ao longo da vida é de 0,4 a 1%; entretanto, acredita-se que essa estimativa é provavelmente mais baixa do que a prevalência real, pois, em decorrência da presença de sintomatologia mais branda, esses indivíduos podem não estar conscientes de que têm um problema psiquiátrico. Na população em geral, o transtorno ciclotímico aparenta ser igualmente comum em ambos os sexos; no entanto, em ambientes clínicos, existem evidências de que a doença possa ser mais prevalente entre as mulheres do que nos homens. Cerca de metade de todos os pacientes com a doença tem depressão como seu sintoma principal, sendo mais propensos a procurar ajuda psiquiátrica quando deprimidos. Normalmente, tem início insidioso e curso persistente, e estima-se que há um risco de 15 a 50% de um indivíduo com transtorno ciclotímico vir a desenvolver posteriormente TB tipo I ou tipo 2. O tratamento é geralmente feito com estabilizadores do humor e, em função das características peculiares da doença, a condução do tratamento deve ter objetivos de médio a longo prazos, estabelecendo prioridades em relação à apresentação dos sintomas e considerando que esses pacientes são especialmente sensíveis aos efeitos colaterais dos fármacos.

Palavras-chave

Psiquiatria; Ciclotimia; Transtorno ciclotímico; Espectro bipolar.