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ABORDAGEM AO FATOR ANTINUCLEAR POSITIVO

Autores: Renato Ádler Pomilio de Sousa, Amanda da Silva Brito, Miriam Barreto Baié, Flávio José Siqueira Pacheco, Gustavo Henrique de Sá Miranda Cavalcante Filho, Marcus Villander Barros de Oliveira Sá
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Objetivos

Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de

  • definir o fator antinuclear (FAN) e sua utilidade clínica;
  • reconhecer os principais métodos, suas vantagens e limitações;
  • identificar os cenários clínicos de maior indicação do exame FAN;
  • saber como identificar um exame positivo;
  • reconhecer os principais padrões de fluorescência e suas associações diagnósticas;
  • adotar condutas práticas individualizadas a partir de cada resultado.

Esquema conceitual

Introdução

Anticorpos são proteínas produzidas pelos linfócitos B maduros com o objetivo de reconhecer antígenos estranhos ao organismo, ativar a cascata inflamatória e sinalizar sua presença para as células efetoras, capazes de destruir o agente invasor ou a célula lesada.

Responsáveis pela defesa contra vírus, bactérias, protozoários e até alguns parasitas invertebrados, os anticorpos são os principias atores no componente humoral da imunidade adaptativa. Além disso, garantem a execução da memória imunológica, tornando possíveis respostas cada vez mais rápidas e efetivas a exposições sucessivas.1

Após estímulos ambientais, os linfócitos B podem passar a produzir anticorpos contra antígenos do próprio corpo, chamados de “autoanticorpos”, que identificam erroneamente estruturas próprias como estranhas e podem desencadear o recrutamento do sistema complemento e das demais células efetoras na tentativa de eliminar ou neutralizar aquela proteína.1

A maior parte da população tem autoanticorpos em baixas concentrações, sem que haja repercussão clínica.2 Em alguns indivíduos, entretanto, a expressão de anticorpos contra estruturas vitais ou em altos títulos pode gerar uma miríade de sinais e sintomas, conhecidas como doenças autoimunes. Com o constante aumento na incidência e prevalência ao longo das últimas décadas, sua verdadeira relevância reside na carga clínica que essas doenças trazem consigo, desde condições assintomáticas ou insidiosas a manifestações hiperagudas e fatais ou incapacitantes.3

Apesar de diversas entre si, é possível categorizar as doenças autoimunes em grandes grupos para facilitar seu estudo e reconhecimento.4,5 As doenças reumáticas associadas ao FAN são afecções incomuns na população geral, mas não infrequentes na prática do clínico e do internista.4 Em comum, têm a positividade no teste do FAN, podendo esse critério ser ou não obrigatório para o seu diagnóstico definitivo.

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