- Introdução
A bexiga e o esfíncter uretral possuem inervação autonômica e somática e são controlados pela medula espinhal, pelo centro pontino e por áreas corticais específicas, o que configura um controle reflexo e voluntário da micção. Assim, qualquer dano no sistema nervoso (SNsistema nervoso) poderá produzir disfunção miccional, cujo padrão dependerá da localização e da extensão desse comprometimento.
A fisioterapia, que tradicionalmente se preocupa em tratar alterações sensório-motoras e respiratórias decorrentes das doenças/lesões neurológicas, nos últimos anos, vem direcionando sua atenção também ao tratamento das disfunções miccionais e à prevenção de suas complicações, utilizando diferentes recursos, como a eletroterapia, a cinesioterapia e a terapia comportamental.
Este artigo apresenta uma revisão sobre a anatomia e a fisiologia do trato urinário inferior (TUItrato urinário inferior), assim como sobre as disfunções miccionais observadas em pacientes pediátricos, adultos e idosos. Além disso, aborda os diferentes aspectos relacionados à intervenção fisioterapêutica, com base na literatura científica.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- descrever a anatomia e o controle neurológico das funções do TUItrato urinário inferior;
- identificar as principais disfunções miccionais após o prejuízo do SNsistema nervoso na criança, no adulto e no idoso;
- identificar o tipo de disfunção miccional decorrente de prejuízo no SNsistema nervoso;
- reconhecer o papel do fisioterapeuta no tratamento de pacientes com disfunções miccionais decorrentes de prejuízo no SNsistema nervoso;
- selecionar os principais recursos e as condutas fisioterapêuticas para o tratamento das disfunções miccionais de pacientes neurológicos;
- interpretar dados avaliativos, identificar problemas, responder a questionamentos e estabelecer um plano de tratamento fisioterapêutico para pacientes com disfunções miccionais devido a prejuízos no SNsistema nervoso;
- reconhecer a importância da educação e da orientação dos pacientes para a promoção da qualidade de vida.
- Esquema conceitual