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ACOMETIMENTO NEURO-OFTALMOLÓGICO NAS DOENÇAS DESMIELINIZANTES

Alessandro Finkelsztejn

Fabio Lavinsky

Acometimento neuro-oftalmológico nas doenças desmielinizantes - Secad

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever as manifestações neuro-oftalmológicas mais comuns das doenças desmielinizantes;
  • avaliar um indivíduo com neurite óptica e suspeitar de alguma doença desmielinizante;
  • listar os exames que podem ser solicitados no sentido de facilitar o diagnóstico de determinada doença desmielinizante;
  • julgar quando encaminhar corretamente o indivíduo com suspeita de doença desmielinizante ao neurologista;
  • destacar os tratamentos indicados para reversão dos déficits neuro-oftalmológicos;
  • reconhecer a importância do papel do oftalmologista tanto no diagnóstico de uma possível doença desmielinizante quanto na monitoração dos déficits neuro-oftalmológicos.

Esquema conceitual

Introdução

As doenças desmielinizantes são doenças autoimunes que acometem o sistema nervoso central (SNC), bem como os nervos ópticos, nas mais variadas combinações de sintomas ou síndromes neurológicas. As doenças desmielinizantes atualmente compreendem:

  • esclerose múltipla (EM);
  • doença do espectro da neuromielite óptica (em inglês, neuromyelitis optica spectrum disorder [NMOSD]);
  • encefalomielite desmielinizante aguda (em inglês, acute disseminated encephalomyelitis [ADEM]).

As três doenças ou síndromes listadas podem causar acometimento neuro-oftalmológico por meio da inflamação e consequente desmielinização de vias aferentes da visão (comprometimento do nervo óptico, quiasma, tratos ou radiações ópticas) e/ou de vias eferentes da visão (motricidade ocular extrínseca, distúrbios do controle do olhar conjugado, e/ou disfunções do controle autonômico).

O acometimento neuro-oftalmológico pode ocorrer como evento desmielinizante inicial ou em indivíduos que já tenham tido outras manifestações desmielinizantes e algum diagnóstico definido.

O papel do oftalmologista requer um conhecimento sobre as doenças desmielinizantes, podendo ser uma tarefa um tanto desafiadora, pois muitas vezes o acometimento do nervo óptico se dará na porção posterior ao disco óptico, sendo o exame anatômico ocular normal. É desafiador também pela responsabilidade do oftalmologista perceber que está diante de um possível diagnóstico dessa doença, exigindo dele atenção para um correto e ágil encaminhamento do paciente para uma avaliação neurológica.

Nesses casos, o oftalmologista poderá já solicitar determinados exames de imagem e laboratoriais que poderão auxiliar no diagnóstico das doenças desmielinizantes, abreviando o tempo do paciente em obter um diagnóstico definido.