Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar a fisiopatologia da acromegalia (ACRacromegalia) em gatos;
- memorizar as comorbidades associadas à ACRacromegalia em gatos;
- descrever as alternativas diagnósticas e a interpretação dos resultados para confirmar a ACRacromegalia;
- listar opções de fármacos utilizados no tratamento farmacológico de gatos com ACRacromegalia;
- indicar o tratamento apropriado ao gato com ACRacromegalia de acordo com cada caso.
Esquema conceitual
Introdução
O termo ACRacromegalia deriva das palavras gregas akron (extremidades) e mega (grandes): extremidades grandes. A ACRacromegalia se refere a uma síndrome clínica, porém, as características acromegálicas não estão presentes em todos os pacientes felinos, portanto, hipersomatotropismo (hiperatividade de somatotrófos ou células produtoras de hormônio de crescimento [GHhormônio de crescimento]), que pode não resultar na síndrome completa, é, possivelmente, o melhor termo a se empregar, ainda que ACRacromegalia seja o mais utilizado.1
A ACRacromegalia nos gatos se origina por hiperplasia de células somatotrópicas ou por um tumor hipofisário produtor de GHhormônio de crescimento ou somatotropina, que resulta na elevação da síntese hepática de fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1).2 Descreve-se, também, a presença de tumores pluri-hormonais com secreção de GHhormônio de crescimento e de hormônio adrenocorticotrófico (ACTHhormônio adrenocorticotrófico).3
Os sinais clínicos de ACRacromegalia incluem crescimento de tecidos moles e duros na maioria dos casos de diabetes melito (DM) de muito difícil controle, por causa da resistência à ação da insulina provocada pela hipersecreção de GHhormônio de crescimento e de IGF-1fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1. O objetivo terapêutico é conseguir normalizar os níveis de GHhormônio de crescimento e de IGF-1fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 e reduzir as comorbidades.