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ALÉM DA SAÚDE FEMININA: ENFRENTAMENTO AO RACISMO SISTÊMICO NA ASSISTÊNCIA À MULHER NEGRA EM UBS

Autores: Soraya Mendes R. Adorno, Alba Benemérita Alves Vilela, Ana Angélica Leal Barbosa
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • obter uma compreensão aprofundada sobre a saúde da mulher negra;
  • compreender a dinâmica da saúde da mulher negra;
  • reconhecer as complexidades e os desafios enfrentados por mulheres negras no acesso à saúde, incluindo barreiras de racismo institucional e lacunas na política de saúde;
  • reconhecer a necessidade de ultrapassar o conhecimento geral sobre saúde feminina e abordar especificidades da saúde da mulher negra, incentivando a capacitação contínua dos profissionais de saúde.

Esquema conceitual

Introdução

Neste capítulo, apresenta-se de forma mais ampla o campo da assistência à saúde em um contexto marcado por nuances complexas de raça e gênero, centrando a atenção nas experiências das mulheres negras em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de um município no interior da Bahia. Essa jornada é movida pelo propósito de desvendar a tessitura do racismo institucional entrelaçado nos serviços de saúde e de iluminar a amplitude do conhecimento, ou a falta dele, dessas mulheres em relação à Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN).

Por meio de uma abordagem qualiquantitativa rigorosa, este estudo não se limita a descrever, mas busca compreender, interpretar e transformar a realidade observada. As entrevistas realizadas com 15 usuárias dos serviços de saúde, conduzidas virtualmente via Google Meet, e o envolvimento de 28 profissionais de saúde de diversas áreas, que responderam a um questionário on-line, compõem o cenário deste exame. Utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), apoiada pelo software DSCsoft, para analisar os dados, revelando um panorama marcado pelo desconhecimento generalizado sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e um relato frequente de experiências ou observações de racismo nas UBS.

Além de destacar as lacunas no conhecimento e sensibilidade dos profissionais de saúde, os resultados deste estudo também enfatizam a necessidade de ações educativas impactantes. Em resposta, a implementação de uma conta no Instagram para disseminação de informações pertinentes surge como uma estratégia válida para preencher essas lacunas, promovendo uma saúde mais equitativa e consciente.

Este capítulo, portanto, não é apenas um relato; é um chamado à ação. Ele não só expõe as deficiências e desafios enfrentados pelas mulheres negras no acesso à saúde, mas também serve como um manifesto para a mudança, incitando os profissionais de saúde, formuladores de políticas e a sociedade em geral a adotar uma postura mais informada, sensível e proativa. Ao destacar a importância de pesquisas na área da saúde com um enfoque específico em raça e gênero, aspira-se a impulsionar uma transformação nas dinâmicas de saúde nas políticas públicas e a fomentar intervenções apropriadas e efetivas.

Apresenta-se uma jornada enriquecedora de descoberta, reflexão e mudança, à medida que se exploram as multifacetadas dimensões da saúde da mulher negra e buscam-se caminhos para uma assistência mais inclusiva e respeitosa. Este capítulo é um convite para ver além do óbvio, questionar o status quo e, mais importante, agir para moldar um futuro em que a equidade em saúde seja uma realidade para todos.

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