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ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS

Bruno Gonçalves

Cássia Righy

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  • Introdução

Anticoagulantes orais são parte fundamental do arsenal terapêutico de doenças tromboembólicas venosas e arteriais. Por décadas, esse grupo limitou-se a antagonistas da vitamina K (VKAsantagonistas da vitamina K), como a varfarina, que age reduzindo a síntese hepática de fatores de coagulação dependentes de vitamina K, entre eles, os fatores II, VII, IX, X, além de proteínas C e S.1

Um novo grupo de anticoagulantes orais encontra-se agora disponível para complementar esse arsenal — composto por medicações como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana e a edoxabana (esse último ainda não disponível no Brasil) —, com propriedades farmacológicas mais favoráveis do que os VKAsantagonistas da vitamina K, incluindo maior previsibilidade. Isso permite uma melhor comodidade posológica e independe de exames laboratoriais e/ou de ajuste de dose frequentes ou de restrições dietéticas, levando a uma consequente maior adesão ao tratamento.1,2

Além disso, o novo grupo de anticoagulantes orais apresenta resultados benéficos em grandes ensaios clínicos de fase III, junto a um número significativamente menor de complicações hemorrágicas graves.2 Vários termos foram cunhados com o intuito de classificar esse grupo:1

 

  • novos anticoagulantes orais (NOACs) — de novel/new oral anticoagulants;
  • anticoagulantes orais diretos (DOACsanticoagulantes orais diretos) — de direct oral anticoagulants;
  • anticoagulantes orais com alvo específico (TSOACs) — de target-specific oral anticoagulants.

De qualquer forma, os termos apresentados se referem a um mesmo grupo de fármacos anticoagulantes, que possui em comum o mecanismo de ação de inibição direta de um alvo específico, sendo a dabigatrana inibidora direta da trombina, ou fator IIa (ativado), e a rivaroxabana e a apixabana, inibidoras diretas do fator Xa (ativado).

Uma vez que alguns trabalhos usam o termo NOAC para designar a ausência de anticoagulação (de no anticoagulation) e para uniformizar a nomenclatura dessa classe de fármacos em uso cada vez mais comum, é recomendado pela International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTHInternational Society on Thrombosis and Haemostasis) e endossado por diversas outras sociedades norte-americanas e canadenses o uso do termo DOAC para se referir a esse grupo que inibe diretamente um alvo específico e possui características clínicas similares.1

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • conhecer os principais anticoagulantes orais diretos;
  • compreender o mecanismo de ação dos anticoagulantes orais diretos;
  • reconhecer as principais indicações para o uso dos anticoagulantes orais diretos, bem como as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISAAgência Nacional de Vigilância Sanitária);
  • prescrever a posologia e a forma de uso de cada um dos anticoagulantes orais diretos;
  • identificar as principais complicações relacionadas ao uso dos anticoagulantes orais diretos;
  • rever os principais antídotos de cada fármaco (ainda em estudo);
  • realizar o manejo das complicações relacionadas aos anticoagulantes orais diretos.
  • Esquema conceitual
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