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DISFUNÇÃO ORGÂNICA NA SEPSE

Marcos Antonio Cavalcanti Gallindo

Carlos Eduardo Ferraz Freitas

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  • Introdução

O termo sepse vem do grego sépsis, que significa putrefação. A primeira definição da síndrome se deu no ano de 400 a. C., por Hipócrates: “quando a febre é contínua, a superfície do corpo está fria e existe uma grande sensação de calor e sede, a afecção é mortal”.

Mesmo após séculos e com a evolução da medicina e dos conceitos fisiopatológicos, ainda não havia um consenso sobre a definição da doença. Em 1991, um conselho de estudiosos no tema reuniu-se a fim de criar as bases conceituais para o que se conhece hoje, e com essa definição veio também o conceito de disfunção orgânica relacionada à sepse. Na época, já se sabia que a sepse era uma síndrome resultante da resposta inflamatória a uma agressão de cunho infecioso. Contudo, mesmo com a revisão dessa definição em 2001, a disfunção orgânica associada a ela sempre foi vista como um componente do processo, e não como condição sine qua non.1

Com o passar dos anos e com os avanços nos conhecimentos imunopatológicos, microbiológicos, genéticos e epidemiológicos, ficou cada vez mais claro que essa definição proposta era insuficiente para se caracterizar o estado séptico. Além disso, a sepse cada vez mais se apresentava como uma resposta desbalanceada de fatores pró-inflamatórios e anti-inflamatórios na presença de um fator agressor, do patógeno ou de seus produtos.2

Por fim, em 2016, uma força-tarefa composta por membros da Society of Critical Care Medicine (SCCMSociety of Critical Care Medicine) e da European Society of Intensive Care Medicine (ESICM) chegou a uma nova definição, considerada mais apropriada. Sepse, então, seria uma disfunção orgânica ameaçadora à vida, resultante de uma resposta desregulada do hospedeiro, na presença de uma agressão infeciosa. Em uma análise mais simplória, a sepse é caracterizada pela presença de disfunção orgânica na presença de infecção (bacteriana, viral ou fúngica).1

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • descrever a relação entre sepse e disfunção orgânica;
  • reconhecer a fisiopatogenia da disfunção orgânica na sepse e suas repercussões;
  • identificar adequadamente cada disfunção orgânica;
  • estabelecer a importância da detecção e da reversão precoces da disfunção orgânica.
  • Esquema conceitual
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