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APLICAÇÃO DO MODELO DE RACIOCÍNIO CLÍNICO OUTCOME-PRESENT STATE TEST NO CUIDADO AO PACIENTE CRÍTICO

Autores: Patrícia Rezende do Prado, Cristina Mara Zamarioli, Fernanda Raphael Escobar Gimenes de Sousa
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • discorrer sobre o modelo de raciocínio clínico outcome-present state test (OPT);
  • aplicar o modelo OPT no planejamento da assistência de enfermagem ao paciente crítico;
  • reconhecer as taxonomias NANDA International, Inc. (NANDA-I), Classificação dos Resultados de Enfermagem (em inglês, Nursing Outcomes Classification [NOC]) e Classificação das Intervenções de Enfermagem (em inglês, Nursing Intervention Classification [NIC]), combinadas com o modelo OPT, na assistência de enfermagem ao paciente crítico;
  • identificar os diagnósticos de enfermagem (DEs) prioritários e secundários, utilizando o modelo de raciocínio clínico OPT, diante do paciente crítico;
  • discutir o uso do modelo OPT na assistência de enfermagem a um paciente crítico com o DE secundário Risco de lesão na córnea (00245).

Esquema conceitual

Introdução

Durante décadas, o predomínio do modelo biomédico privilegiou uma abordagem terapêutica centrada na doença, favorecendo uma prática de enfermagem tecnicista e cumpridora de prescrições médicas. Contudo, no cenário atual, o enfermeiro se defronta com novos desafios para a prestação de cuidados baseados na aplicação do conhecimento de forma sistemática. Entre tais desafios está o desenvolvimento de habilidades e competências para a avaliação do estado de saúde do paciente e para a tomada de decisões complexas sobre intervenções necessárias à obtenção de resultados desejáveis.1

As ações da enfermagem contemporânea são pautadas em evidências científicas, centradas na pessoa e voltadas para a redução dos riscos e a valorização profissional. No contexto atual, o processo de enfermagem (PE) emerge como uma estrutura que organiza a prática profissional de enfermagem. Trata-se de um processo de pensamento crítico que o enfermeiro utiliza para prestar o melhor cuidado possível; logo, o PE auxilia na tomada de decisão, desde que empregado corretamente.2

O termo PE foi mencionado pela primeira vez na literatura norte-americana na década de 1950. Na ocasião, foi definido como um método de tomada de decisão sistemática com foco na identificação e no tratamento: desde as respostas às necessidades de cuidado de indivíduos ou grupos até as alterações reais ou potenciais. Seus objetivos eram:2

  • evitar a progressão da doença;
  • promover, manter e recuperar a saúde;
  • maximizar a sensação de bem-estar;
  • proporcionar satisfação ao paciente diante da prestação de cuidados.

Desde então, o PE está em constante processo de evolução. Uma revisão da evolução do PE pode ser vista no capítulo “Diferentes olhares para uma situação clínica e o impacto na elaboração e seleção dos diagnósticos de enfermagem”, publicado no Ciclo 9 do Programa de Atualização em Diagnóstico de Enfermagem (PRONANDA).3

Em 1990, Pesut e Herman4 propuseram o modelo de raciocínio clínico OPT, o qual representa a terceira geração do PE. Tal modelo focaliza os resultados do estado atual do paciente. Ele é mais responsivo e relevante para as necessidades da prática de enfermagem contemporânea porque desloca o foco do PE de uma necessidade de cuidado para um resultado almejado. Por esse motivo, o modelo OPT será discutido no presente capítulo.

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