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Aspectos Fisiopatológicos, Clínicos E Funcionais Da Doença Falciforme

Autores: Marvyn de Santana do Sacramento, Jefferson Petto
epub-PROFISIO-CAR-C10V3_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer a fisiopatologia da doença falciforme (DF) e suas repercussões funcionais;
  • identificar as comorbidades provocadas pela anemia falciforme (AF);
  • distinguir os principais tratamentos disponíveis para o manejo da DF.

Esquema conceitual

Introdução

A doença falciforme (DF) tem predominância na população afrodescendente e acomete 40 a 60% das pessoas em algumas regiões do continente Africano, contribuindo para a mortalidade de até 90% de crianças até os 5 anos de idade.1 Países que receberam migração da população africana, especialmente como resultado do processo de escravização, também apresentam elevado índice de indivíduos com DF. Nos Estados Unidos da América, a estimativa é de que existam 51 a 100 indivíduos com DF a cada 100.000 habitantes. No Brasil, essa estimativa é de 101 a 250 a cada 100.000 habitantes,2 com maior prevalência na região nordeste.3

A forma mais grave e de maior prevalência dentre as DFs é a anemia falciforme (AF), que, além do quadro de falcização das hemácias, carrega o ônus da morte precoce das hemácias, contribuindo para uma apresentação clínica e funcional ainda mais complexa.4,5 Dentre as complicações presentes na DF, pode-se listar crises vaso-oclusivas, aumento da hemólise intra e extravascular, lesão de órgãos e tecidos, crises dolorosas e redução da capacidade cardiorrespiratória, que pode afetar as atividades de vida diária e reduzir a qualidade de vida.6

Por se tratar de uma doença que compromete a tolerância ao esforço, cabe ao profissional da reabilitação prescrever o exercício da forma mais segura e eficaz. No entanto, os recursos literários envolvendo diretamente o uso do exercício são escassos7 e há uma dificuldade em se transferir os achados de outros estudos para o contexto do paciente com DF. Nesta situação, é de fundamental importância que o fisioterapeuta domine os aspectos fisiopatológicos e compreenda as implicações sobre a funcionalidade do paciente. Desta forma, será possível estabelecer uma avaliação profunda e construir um raciocínio clínico diferencial. Portanto, neste capítulo, pretende-se elucidar os principais aspectos clínicos e como eles impactam na funcionalidade da pessoa com DF.

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