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Atuação Fisioterapêutica No Transplante Hepático: Da Pré-habilitação À Reabilitação

Autores: Mariana Lanzoni Campos, Ana Flávia Gesser, Darlan Laurício Matte
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Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

  • identificar as especificidades dos indivíduos com doença hepática terminal;
  • reconhecer as indicações e contraindicações do transplante hepático (TH);
  • identificar os principais métodos e ferramentas para avaliação cinético-funcional do indivíduo com hepatopatia no pré e no pós-TH;
  • planejar o tratamento fisioterapêutico na fase pré e pós-TH;
  • compreender como algumas complicações pós-transplante podem ser prevenidas com um programa de pré-habilitação e de reabilitação para transplantados hepáticos.

Esquema conceitual

Introdução

O TH é o procedimento adotado quando não existem mais outros recursos clínicos e cirúrgicos disponíveis para o tratamento dos pacientes com doenças hepáticas em nível avançado, tendo como principais objetivos aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida desses doentes.

O TH foi realizado pela primeira vez em 1963, nos Estados Unidos, e somente cinco anos mais tarde, em 1968, no Brasil. Contudo, o primeiro TH realizado com sucesso no Brasil ocorreu somente em 1985 e, desde então, houve um crescimento exponencial no número de transplantes e diversos avanços no contexto cirúrgico, bem como maior qualidade das técnicas de padronização, conservação, preparo, implante dos enxertos, diagnóstico preciso e desenvolvimento dos imunossupressores. Com esses avanços, os indivíduos submetidos ao TH têm alcançado taxas de sobrevida superiores a 70–80% em cinco anos e de até 90% de sobrevivência em um ano pós-transplante.1

É importante lembrar que o tempo decorrido entre o agravamento da doença hepática e a indicação de transplante pode impactar a morbidade e a mortalidade pós-transplante, e a condição clínica do paciente, no momento do procedimento, pode, inclusive, contraindicar o procedimento.

A recuperação do paciente não se resume somente ao procedimento cirúrgico, sendo mais complicada quando há prejuízos da capacidade funcional, da capacidade aeróbica e da força muscular. Por isso, melhorar as condições físicas desses pacientes, tanto no período pré-operatório quanto no pós-TH, por meio de (pré)reabilitação física aliada ao acompanhamento nutricional, psicológico, abandono do tabagismo e do alcoolismo, higiene do sono e educação em saúde, é de suma importância para oferecer melhor qualidade de vida e bem-estar a esses indivíduos.

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