Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer os impactos negativos do uso do smartphone na vida dos adolescentes;
- discutir os principais agravos de saúde relacionados à conexão ao smartphone na adolescência;
- identificar os cuidados de enfermagem aos adolescentes na era do smartphone, na perspectiva da promoção da saúde e prevenção de agravos;
- discutir a importância da atuação do enfermeiro na promoção da saúde de adolescentes na era do smartphone à luz do Modelo de Promoção da Saúde (MPS) de Nola Pender.
Esquema conceitual
Introdução
Atualmente, uma das principais queixas dos pais está relacionada a moderar o uso dos smartphones pelos adolescentes para que não se torne prejudicial, pois os filhos estão conectados desde muito cedo.1 O contato dos seres humanos com o aparelho ocorre cada vez mais precocemente, ainda na primeira infância, acentuando-se na adolescência.2
A priori, os smartphones são usados para estabelecer o entretenimento e a comunicação virtual com pais e colegas e, na adolescência, os indivíduos tornam-se mestres em jogos e redes sociais, expondo-se a diversos agravos relacionados à conexão ao celular.2
A revolução digital, com a rápida disseminação do smartphone, está transformando não apenas a maneira como os adolescentes se comunicam, se educam e se entretêm, mas também como se comportam na sociedade. Portanto, nenhum grupo tem sido mais afetado pela alta exposição a esse dispositivo tanto nas dimensões emocional e cognitiva quanto comportamental.2
Enfermeiros, como profissionais de saúde que cuidam dos adolescentes ao longo de seu desenvolvimento, podem ser os primeiros a suspeitar de problemas relacionados ao uso indiscriminado de smartphone. Atuando na puericultura, esses profissionais implementam a ciência de enfermagem como orientação à prática e resolução de problemas2 e almejam promover e proteger a saúde dessa população, por meio de atenção integral, compreendendo o adolescente como um ser em desenvolvimento e com particularidades.
A adolescência é uma fase da vida notável por processos de definição, de inserção social e de vulnerabilidades. Compreende um período propício para ações de prevenção e promoção à saúde, estimulando o potencial criativo e resolutivo de indivíduos nessa faixa etária, assim como incentivando a participação e o protagonismo juvenil para o desenvolvimento de projetos de vida e comportamentos que priorizem a saúde.3
O MPS de Nola Pender4 pode ser utilizado para nortear as intervenções de enfermagem, porque se assenta no pressuposto de que o adolescente exerce papel ativo na gestão dos seus comportamentos na era do smartphone; por isso, a promoção de comportamentos saudáveis é o resultado comportamental esperado.