Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- discutir os critérios para a seleção de veias para a inserção de cateteres em crianças e adolescentes;
- identificar as veias superficiais que podem ser utilizadas para a infusão de medicamentos, soluções, nutrientes e hemocomponentes em crianças e adolescentes hospitalizados;
- reconhecer os métodos utilizados na avaliação da rede venosa;
- classificar as condições de visibilidade, palpação, trajeto e mobilidade das veias em crianças e adolescentes, bem como a qualidade da rede venosa;
- distinguir os tipos de dispositivos utilizados em acessos intravenosos (IVs) em crianças e adolescentes;
- listar os critérios para a utilização da terapia intravenosa (TIV) por via periférica e central em crianças e adolescentes hospitalizados;
- elencar os critérios para a seleção de dispositivos de acessos IVs em crianças e adolescentes;
- descrever os cuidados de enfermagem durante a inserção, a estabilização, a cobertura e a manutenção de dispositivos utilizados em acessos IVs periféricos e centrais.
Esquema conceitual
Introdução
Atualmente, cerca de 70 a 90% das hospitalizações no mundo demandam o uso de TIV, e estima-se o consumo de milhões de cateteres a cada ano.1 Entre eles, o cateter IV periférico é o mais amplamente utilizado em crianças e adolescentes hospitalizados2,3 para a implementação da TIV, pois seu manuseio é muito mais simples e seu custo é menor em comparação aos dispositivos centrais. Além disso, esses pacientes, em geral, requerem a infusão de medicamentos, soluções, derivados do sangue e nutrientes.4,5
Os cateteres IVs oferecem riscos aos pacientes, incluindo complicações locais e sistêmicas,1,6 a exemplo de flebite, extravasamento, infiltração, oclusão e infecção. A obtenção de um acesso IV na população em discussão na primeira tentativa é um desafio para os profissionais de enfermagem. Estudos apontam para um percentual de sucesso na primeira tentativa de cateterização IV periférica (CIP) em crianças e adolescentes de 52 a 95,8%.7–14
Diversas tentativas de CIP causam consequências como dor,15,16 estresse,8 ansiedade,16 atraso na TIV prescrita,2,15 aumento dos riscos de infecção,8 danos locais e depleção à vasculatura periférica.2,8 Desse modo, a rede venosa vai se tornando progressivamente de difícil acesso.
As crianças já nascem com os vasos sanguíneos com os quais permanecerão por toda a vida, e as complicações decorrentes do uso de TIV levam a lesões em sua estrutura que raramente têm recuperação total.17 Assim, é necessário que o enfermeiro pediatra conheça os critérios para a seleção do tipo de cateter IV mais adequado às necessidades da criança ou do adolescente hospitalizado.
O profissional de enfermagem deve oferecer à criança ou ao adolescente cuidados baseados em evidências científicas durante a inserção, a estabilização, a cobertura e a manutenção do cateter IV, a fim de promover um cuidado clínico seguro, de excelência e qualidade.