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AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL E ALTO NÍVEL DE MOBILIDADE

Autores: Ricardo Rodrigues de Sousa Junior, Hércules Ribeiro Leite, Mariane Gonçalves de Souza, Amanda Lavarini Calazans Moura, Rafaela Guimarães Ferreira, Luana Cristina da Silva
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  • Introdução

As crianças com paralisia cerebral (PCparalisia cerebral) classificadas nos níveis I e II do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (em inglês, Gross Motor Function Classification System [GMFCSSistema de Classificação da Função Motora Grossa]) são capazes de deambular de forma independente na maioria dos ambientes.1 Embora mais habilidosos em comparação a outras crianças com PCparalisia cerebral, os indivíduos deste subgrupo apresentam limitações ao realizar habilidades motoras de alto nível (habilidades mais avançadas, que exigem velocidade, equilíbrio e coordenação), como, correr, pular, arremessar ou chutar uma bola.1,2

Em consequência, após entrar na fase escolar (a partir dos 5 anos de idade), as crianças com PCparalisia cerebral nos níveis I e II do GMFCSSistema de Classificação da Função Motora Grossa podem enfrentar desafios que impactam em sua participação em atividades físicas e recreativas.3 Com frequência, apresentam baixos níveis de atividade física habitual e altos níveis de comportamentos sedentários ao longo da vida, os quais têm sido associados a componentes de aptidão física reduzidos e pior qualidade de vida.4

Apesar das limitações nas atividades, as crianças nos níveis I e II do GMFCSSistema de Classificação da Função Motora Grossa, muitas vezes, recebem alta dos serviços de fisioterapia após atingirem deambulação independente e segura, ou recebem quantidade menor de intervenções fisioterapêuticas.5,6 No geral, essas crianças são orientadas a praticar esportes como continuidade e manutenção dos ganhos motores após a alta do serviço de fisioterapia, mas a preparação adequada das habilidades motoras de alto nível, exigidas durante a realização de atividades físicas, nem sempre é realizada pelo fisioterapeuta.6

Esforços são necessários para estabelecer intervenções apropriadas para melhora das habilidades de alto nível de mobilidade, a fim de que a criança não apresente limitações e deficiências que acarretem dificuldades durante a realização das atividades físicas. Para tal, é necessário ao profissional utilizar instrumentos apropriados para avaliar as habilidades motoras de alto nível que possam guiar a tomada de decisão clínica.

Este capítulo apresenta os principais instrumentos de avaliação de habilidades motoras de alto nível para crianças nos níveis I e II do GMFCSSistema de Classificação da Função Motora Grossa, suas propriedades psicométricas, bem como uma árvore de decisão que poderá auxiliar o fisioterapeuta a selecionar adequadamente o teste mais apropriado para seu desfecho clínico de interesse. Além disso, são abordadas as principais estratégias de intervenções disponíveis para a melhora das habilidades de alto nível de mobilidade, assim como os principais componentes que as caracterizam e seus desfechos.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar as crianças com PCparalisia cerebral e alto nível de mobilidade;
  • reconhecer as habilidades motoras de alto nível;
  • descrever os instrumentos de avaliação de habilidades motoras de alto nível;
  • discutir quando e como incorporar as avaliações de habilidades motoras de alto nível na prática clínica;
  • reconhecer as estratégias de intervenção utilizadas com o objetivo de melhorar a execução das habilidades motoras de alto nível.
  • Esquema conceitual
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