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AVALIAÇÃO E MANEJO DA SÍNCOPE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Marcos Vinícius Ambrosini Mendonça, Marcelo Rodrigues Gonçalves, Laureen Engel
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Introdução

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O termo “síncope”, do grego synkope, significa “cessação”, “corte breve” ou “pausa”.1Síncope é o fenômeno caracterizado pela súbita e transitória perda de consciência, oriunda de hipoperfusão cerebral de curta duração, associada à perda do tônus postural (queda), seguida de recuperação plena espontânea.

Um episódio de síncope dura em torno de 20 a 30 segundos e, quase invariavelmente, menos do que 5 minutos.2 Pode ocorrer isoladamente ou ser precedido de sintomas, como vertigem, tonturas, sudorese, náusea, visão turva ou sensação de queda iminente. Esses pródromos são conhecidos como pré-síncope ou lipotimia.

Estima-se que 50% da população adulta terão ao menos um episódio de síncope ao longo de suas vidas.3 A incidência dos episódios tende a aumentar com a idade, tanto pela necessidade de uso de medicações vasoativas quanto pela maior prevalência de arritmias na população idosa.4 A presença de amnésia retrógrada, embora seja uma manifestação rara, pode ser mais frequente principalmente nessa faixa etária.5

A síncope pode ser considerada um evento benigno e autolimitado quando associada a causas não cardíacas, tais como as síncopes reflexomediadas e as ortostáticas. Já em casos em que a doença de base é de origem cardíaca, como no infarto agudo do miocárdio (IAMinfarto agudo do miocárdio) ou nas arritmias cardíacas, os desfechos podem ser mais graves.

Episódios recorrentes e sem causa definida podem ocorrer em até um terço dos pacientes.5 Em pacientes com síncope e histórico de doença cardíaca estrutural, está associado um aumento de 40% do risco de morte em 2 anos.6

Em pacientes de baixo risco, acima de 40 anos de idade, que relataram ter tido um ou dois episódios de síncope durante a vida, a taxa de recorrência está entre 15 a 20% nos próximos 1 a 2 anos; já para quem relatou ter tido três episódios de síncope, a taxa de recorrência varia entre 36 a 42% nos próximos 1 a 2 anos.6

A história do evento, quando for possível coletá-la, deve ser analisada detalhadamente, em busca de uma etiologia plausível. Além disso, uma anamnese completa, seguida de exame físico voltado para as causas mais frequentes de síncope, ajuda a excluir os diagnósticos diferenciais e auxilia no manejo clínico.

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O papel do médico de família e comunidade (MFCmédico de família e comunidade) e da atenção primária à saúde (APSatenção primária à saúde) é fundamental na orientação dos casos de síncope e no adequado encaminhamento do paciente ao especialista focal.

Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • definir síncope;
  • reconhecer a epidemiologia da síncope;
  • identificar os principais tipos de síncope e os principais diagnósticos diferenciais;
  • propor o manejo inicial do paciente com suspeita de síncope;
  • estabelecer ações para o prognóstico e a prevenção de episódios de síncope;
  • saber quando referenciar e como compartilhar o cuidado de paciente com suspeita de síncope de forma adequada com os outros especialistas.

Esquema conceitual

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