// Vitor Bottos da Silva // André Luciano Baitello
Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- compreender a importância da avaliação inicial da icterícia na prática clínica;
- identificar os principais elementos da anamnese relacionados à icterícia;
- reconhecer os sinais relevantes no exame físico do paciente com icterícia;
- elencar os exames laboratoriais e de imagem necessários para investigação inicial das causas de icterícia;
- resumir os princípios fundamentais da interpretação dos resultados dos exames na elucidação diagnóstica da icterícia;
- identificar os sinais de gravidade e iniciar tratamento dos pacientes com risco de vida imediato.
Esquema conceitual
Introdução
A avaliação inicial do paciente com icterícia é um desafio na prática do médico emergencista, pois é a manifestação visível e um sinal que pode indicar uma variedade de condições subjacentes, desde doenças benignas até condições graves do fígado ou das vias biliares.
A icterícia é definida como a coloração amarelada da pele, mucosas, escleras e líquidos corporais causada pelo acúmulo de pigmento biliar, principalmente quando os níveis de bilirrubina no sangue ultrapassam valores acima de 2 a 3mg/dL, ou seja, níveis, pelo menos, 2 a 3 vezes superiores aos limites de normalidade.
Na presença de doenças hepáticas e obstrutivas de vias biliares, espera-se aumento de bilirrubina direta, enquanto nas alterações do metabolismo, o predomínio é de bilirrubina indireta. Na maioria dos casos, a avaliação não é urgente, mas em algumas situações pode representar emergência médica, como na hemólise maciça, colangite e hepatite fulminante (HF).