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BULLYING E AUTOCOMPAIXÃO —SOBREPOSIÇÕES E ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS

Autores: Carolina Saraiva de Macedo Lisboa, Déborah Brandão de Souza, Juliana da Rosa Pureza, Daniel Capelli Fulginiti
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Introdução

Na cultura ocidental, caracterizada predominantemente pela competitividade e comparação social, o individualismo, a ambição e a competição acabam sendo aspectos valorizados e, ainda, propagados como essenciais à sobrevivência.1,2

Nesse contexto, as experiências de sucesso e fracasso aparecem associadas à autoestima e formação da identidade, de modo que o indivíduo deve atingir altos padrões de desempenho para ser valorizado, bem como adotar uma postura punitiva e crítica frente ao fracasso.3

Dessa forma, a adoção de uma postura autocrítica com foco em evitar erros, sofrimento e vulnerabilidades auxilia os indivíduos a protegerem a sua autoestima de experiências de fracasso, da vergonha e da rejeição.4

A partir disso, o estudo da autocompaixão, que surge como uma alternativa ao autocriticismo, pode auxiliar na compreensão de como os indivíduos reagem e processam essas experiências sociais de competição e rejeição.

Além dessas questões contextuais, a formação da identidade, desde a infância culminando na adolescência, irá normativamente envolver a comparação com os pares, o rechaço dos diferentes e a afiliação aos iguais.

Dito isso, por questões inerentes ao próprio desenvolvimento humano e ao contexto, ambos os processos de autocompaixão e bullying passam por questões normativas e evolutivas, assim como podem ser explicados e potencializados ou não por variáveis do ambiente.

O conhecimento adequado e profundo desses aspectos e de suas associações é o objetivo deste capítulo, sendo fundamental para o desenvolvimento de intervenções que foquem na saúde mental e prevenção de bullying.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer os principais modelos teóricos sobre a autocompaixão e o bullying;
  • revisar os resultados de pesquisas que investigaram associações entre autocompaixão e bullying;
  • identificar os fatores que podem auxiliar o adolescente que experimenta o bullying;
  • reconhecer os fatores para um desenvolvimento mais saudável dos adolescentes.

Esquema conceitual

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