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BUSCA E RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS

Jefferson de Mello

Jorge Michel Ribera

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Introdução

Com a modernização do mundo e a criação de novas tecnologias e também devido aos danos resultantes de conflitos nacionais e internacionais, as ações na área de salvamento precisaram ser atualizadas para se obter um melhor resultado nos eventos emergenciais. Essa atualização foi necessária tanto nas áreas de planejamento estratégico e atuação das equipes nos locais dos sinistros quanto na criação e utilização de novos equipamentos.1

No passado, há aproximadamente 30 anos, as grandes emergências eram atendidas de forma totalmente desorganizada. Os grupos de socorristas e a população em geral não estavam preparados para atender e resgatar vítimas em estruturas colapsadas causadas por grandes sinistros, como terremotos ou desabamentos estruturais isolados, ocorridos em todo o mundo. Isso colocava em risco os socorristas e aqueles que se aventurassem a resgatar vítimas ou recuperar corpos. Não havia o menor controle sobre a quantidade de equipes de busca, quantas pessoas haviam sido socorridas e para onde tinham sido levadas; ou seja, faltava uma coordenação geral que centralizasse todas as informações relativas aos trabalhos que estavam sendo realizados pelas equipes e possibilitasse, entre outras medidas, o revezamento das equipes de busca na área do incidente.2

Quando um evento ocorria, equipes das mais diversas áreas e locais, inclusive de outros países, dirigiam-se para o local sinistrado sem o menor controle e, muitas vezes, sem necessidade, já que, na maioria dos casos, as forças internas do local eram capazes de atender ao evento ocorrido.2

Diante dos fatos citados, especialistas de várias partes do mundo sentiram a necessidade de criar um sistema internacional para organizar as ações de todas as equipes de busca e resgate e as equipes de apoio (logística, área médica e de assistência humanitária aos necessitados).

Foi assim que, no terremoto ocorrido na Armênia (considerado um dos mais desastrosos para as equipes de resgate), em 1988 — no qual, em um raio de 50km do epicentro, todos os prédios com mais de dois andares desabaram e muitos hospitais foram atingidos, contabilizando-se 55 mil mortos, 15 mil feridos e 500 desabrigados —, o que chamou mais a atenção foi que 80% dos profissionais da saúde morreram, fazendo com que muitos feridos não pudessem ser tratados e acabassem morrendo.2,3

Após esse episódio, a Organização das Nações Unidas (ONUOrganização das Nações Unidas) se viu obrigada a criar uma metodologia para disciplinar os atendimentos nessas grandes emergências e, assim, poder controlar e organizar as equipes de busca. Foi criado, então, em 1991, o Grupo Consultor Internacional de Busca e Salvamento (em inglês, International Search and Rescue Advisory Group [INSARAGGrupo Consultor Internacional de Busca e Salvamento]), que elaborou guias de ações destinadas a padronizar e organizar as operações. Também foram definidas as equipes de Busca e Salvamento Urbano (em inglês Urban Search and Rescue [USARBusca e Salvamento Urbano]), que, com quantidades de integrantes e funções predefinidas, começaram a atuar de forma coordenada e interligadas a um posto de comando e sob a orientação de um comandante de incidente, ambos centralizados no Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (em inglês, United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs [OCHAEscritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários]).2,3

As atividades do INSARAGGrupo Consultor Internacional de Busca e Salvamento são regidas pela Resolução nº 57/150, de 16 de dezembro de 2002, com os seguintes objetivos:3

 

  • melhorar a eficácia e eficiência das equipes de USARBusca e Salvamento Urbano nos trabalhos de resposta a desastres;
  • criar uma metodologia comum nos trabalhos de USARBusca e Salvamento Urbano;
  • padronizar, no âmbito internacional, as ações operacionais nos grandes desastres.4

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • classificar o tipo de desabamento e definir as competências da resposta;
  • avaliar os riscos envolvidos nos diversos tipos de estruturas colapsadas e estimar as prováveis lesões e riscos dos sobreviventes;
  • organizar a formação das equipes de resposta e fiscalizar o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIequipamento de proteção individuals) em situações de busca e resgate em estruturas colapsadas (BRECbusca e resgate em estruturas colapsadas).

Esquema conceitual

Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
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