Objetivos
Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de
- conceituar câncer gástrico (CG) precoce;
- identificar os principais tipos histológicos e os fatores de risco do CG precoce;
- reconhecer a qualidade em exames de endoscopia e a importância da sistematização do exame;
- reconhecer morfologicamente as lesões precoces e classificá-las;
- indicar recursos adicionais, como a magnificação de imagem, quando necessários;
- reconhecer critérios absolutos, expandidos e relativos de ressecção endoscópica do CG precoce;
- identificar as principais complicações inerentes ao procedimento de ressecção endoscópica do CG precoce e como contorná-las;
- avaliar o laudo histopatológico da peça, inferindo se a ressecção foi curativa ou não;
- indicar o adequado seguimento (follow-up) aos pacientes submetidos à ressecção endoscópica do CG precoce.
Esquema conceitual
Introdução
De acordo com as estimativas mundiais, o CG é o quinto tipo de câncer mais prevalente, com mais de 1 milhão de casos projetados para o ano de 2020, e o quarto mais letal.1 No Brasil, também é o quinto câncer mais frequente, sendo estimados 21.480 casos para cada ano no triênio 2023 a 2025. Em 2020, ocorreram 13.850 óbitos por câncer de estômago, correspondendo a 6,54 óbitos por cada 100 mil brasileiros.2 As taxas de incidência e mortalidade são maiores em homens do que em mulheres.
Entre 1962 e 1968, foi reportado no National Cancer Center, em Tóquio, que apenas 19,5% dos CGs eram diagnosticados em estágio precoce, utilizando-se a radiografia contrastada e a gastrocâmera.3 Atualmente, estima-se que os tratamentos endoscópicos sejam responsáveis por mais de 60% dos tratamentos de CG precoce no Japão,4 indicando grande evolução no diagnóstico e no tratamento dessa condição.
A prevenção do CG é um desafio crucial para a saúde pública, e o diagnóstico de lesões precoces é essencial para oferecer tratamento definitivo, minimamente invasivo, e aumentar a sobrevida.5