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CARDIOMIOPATIA DILATADA CANINA E CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA FELINA

Autores: Evandro Zacché, Aparecido Antônio Camacho
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  • Introdução

O termo cardiomiopatia dilatada (CMDcardiomiopatia dilatada) é utilizado para definir uma doença miocárdica primária, de etiologia familial ou desconhecida, caracterizada por redução da contratilidade, dilatação cardíaca – que pode envolver ventrículo esquerdo, direito ou ambos – e taquiarritmias.

A CMDcardiomiopatia dilatada é uma das causas mais importantes de insuficiência cardíaca em cães de raças grandes e gigantes e, em algumas regiões geográficas, é a segunda doença cardíaca adquirida mais comum, ficando atrás somente da doença mixomatosa da valva mitral.1

As doenças do músculo cardíaco (cardiomiopatias) são causas importantes de morbidade e mortalidade cardíaca em cães e gatos. Nos cães, a cardiomiopatia dilatada primária é uma das doenças miocárdicas mais prevalentes e uma causa importante de insuficiência cardíaca congestiva (ICCinsuficiência cardíaca congestiva). Já nos gatos, a cardiomiopatia hipertrófica primária é, indiscutivelmente, a doença cardíaca mais relevante e a principal causa de insuficiência cardíaca. Ambas as doenças apresentam características fisiopatológicas, critérios diagnósticos e considerações terapêuticas distintas.

Além disso, essas enfermidades apresentam evolução natural e prognósticos muito diferentes de outras cardiopatias comumente observadas. Portanto, o entendimento dos aspectos clínicos e das particularidades das principais doenças miocárdicas de pequenos animais é de suma importância para a condução adequada dos casos cardiológicos da rotina médica de animais de companhia.

O reconhecimento das cardiomiopatias, em especial da cardiomiopatia hipertrófica (CMHcardiomiopatia hipertrófica), é relativamente recente. A caracterização clínica da doença que viria a se tornar conhecida como CMHcardiomiopatia hipertrófica foi primeiramente descrita em seres humanos no final da década de 1950. O reconhecimento da doença em felinos só ocorreu em 1970, quando Liu avaliou retrospectivamente o coração de animais que haviam morrido em decorrência de insuficiência cardíaca congestiva e, nessa ocasião, foram observadas hipertrofia e fibrose ventricular esquerda e dilatação atrial esquerda. No entanto, o termo cardiomiopatia só viria a ser utilizado alguns anos após.2,3

LEMBRAR

Atualmente, descreve-se a CMHcardiomiopatia hipertrófica como uma doença em que a hipertrofia miocárdica se desenvolve na ausência de causas hemodinâmicas ou metabólicas. Indiscutivelmente, é a doença cardíaca mais comum nos gatos, com prevalência estimada em alguns estudos de aproximadamente 15%.4

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • estabelecer uma conduta adequada para o diagnóstico de cardiomiopatia dilatada canina e cardiomiopatia hipertrófica felina;
  • reconhecer os mecanismos fisiopatológicos responsáveis pelo desenvolvimento de sinais clínicos em animais com essas doenças;
  • determinar critérios que possam influenciar no prognóstico;
  • identificar a conduta terapêutica adequada às necessidades individuais de cada paciente.
  • Esquema conceitual
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