- Introdução
As unidades de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensivas) têm como foco principal o suporte à vida e o tratamento de pacientes agudamente doentes com instabilidade clínica. Associados à causa da internação, outros fatores podem colaborar para a piora do quadro do paciente.
O tempo de ventilação mecânica (VMventilação mecânica) e o uso de medicamentos, como corticoides e neurobloqueadores, contribuem para quadros de fraqueza muscular generalizada (incluindo-se a diafragmática) e de polineuromiopatia, intimamente associadas à síndrome do imobilismo. Consequentemente, a capacidade física e a qualidade de vida dos pacientes ficam comprometidas e podem perdurar por alguns anos após a alta hospitalar.1
As evidências científicas demonstram os vários prejuízos promovidos pelo repouso e o imobilismo e têm estimulado a implantação de programas de mobilização precoce para esses pacientes.2,3
Os fisioterapeutas são os profissionais responsáveis pelo planejamento e execução dos programas de mobilização precoce e podem utilizar a cinesioterapia aliada a outros recursos disponíveis, como prancha de ortostatismo, eletroestimulação e cicloergometria.
O foco deste capítulo estará voltado para a cicloergometria e sua aplicação segura na mobilização precoce do paciente crítico.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- conceituar cicloergometria passiva;
- identificar as respostas fisiológicas à cicloergometria passiva;
- identificar as características técnicas do cicloergômetro passivo;
- conceituar a estimulação elétrica funcional associada à cicloergometria (em inglês, functional electrical stimulation cycling [FES-cycling]);
- reconhecer as respostas fisiológicas à FES-cycling passiva;
- analisar as características técnicas da FES-cycling;
- avaliar os critérios de segurança para indicação da cicloergometria.
- Esquema conceitual