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CLASSIFICAÇÃO DAS COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS

Autores: Luis Fernando Moreira, Marcelo Castro Marçal Pessôa
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  • Introdução

No panorama atual da saúde, tanto em nível nacional quanto internacionalmente, há grande procura pela assistência e, a despeito da limitação de recursos, há exigência premente por excelência em qualidade. Isto tem estimulado a busca constante por maneiras transparentes de se avaliar os resultados de abordagens terapêuticas quanto à qualidade, eficácia e relação custo-benefício.

Para que as avaliações de resultados de tratamentos sejam apropriadas, dados devem ser obtidos de maneira padronizada e objetiva, pois somente assim será possível comparar diferentes equipes e diferentes centros, e avaliar o desempenho de um mesmo centro ao longo do tempo.

Com a melhoria dos cuidados médicos e dos procedimentos cirúrgicos, a morbidade tem sido utilizada, com mais frequência, como fator primordial na avaliação dos desfechos cirúrgicos, principalmente em se tratando de modalidades distintas de tratamento com eficácia similar ou que diferem levemente.1

LEMBRAR

Entre os diversos fatores de morbidade, as complicações cirúrgicas tornaram-se eventos comumente empregados por diversos autores para determinar resultados pós-operatórios (POpós-operatórios) e produzir índices de avaliação da qualidade cirúrgica.1,2

Mesmo com maior comprometimento para se relatar as complicações cirúrgicas nas últimas décadas, grande contradição na adequada definição e classificação dos níveis de gravidade dessas complicações foi observada3-8 e resultou em pouca factibilidade e reprodutibilidade dessas classificações.

Clavien e colaboradores2 propuseram, em 1992, uma classificação para as complicações cirúrgicas com base nos princípios gerais do tratamento empregado para a sua solução, que foi o referencial para determinar a gravidade das complicações a partir de uma série de casos de colecistectomias.

Clavien propôs a Dindo que refinasse a classificação da década de 1990, o que culminou com a versão apresentada em 2004.3 Desde então, o grupo de Clavien conduziu uma série de estudos, definindo novos métodos para a classificação das complicações cirúrgicas, além de testar e validar a aplicabilidade da classificação em diversos centros ao redor do mundo e em diferentes línguas.9-11

Os conceitos propostos por Clavien e seu grupo têm sido largamente adotados por diversos autores em diversas especialidades, que têm por objetivo debater e criar referenciais de qualidade em suas áreas de atuação, buscando, de maneira adequada, relatar complicações cirúrgicas.12-18

Com ampla aceitação e utilização mundialmente divulgada, a classificação das complicações cirúrgicas de Clavien-Dindo (CCDcomplicações cirúrgicas de Clavien-Dindo), agora traduzida e validada para a língua portuguesa, no Brasil,19 permanece pouco conhecida e é pouco usada.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • definir claramente a complicação cirúrgica;
  • classificar, de maneira adequada, o nível de gravidade das complicações cirúrgicas;
  • discernir, de forma adequada, as situações que requeiram subcategorização de sequela ou disfunção pós-operatória inerente às complicações mais graves;
  • empregar a classificação padronizada de maneira rotineira.
  • Esquema conceitual
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