- Introdução
A doença arterial obstrutiva periférica (DAOPdoença arterial obstrutiva periférica) é uma síndrome clínica cujos sinais e sintomas decorrem da diminuição do aporte sanguíneo aos tecidos, de forma lenta e progressiva, consequente a uma patologia no sistema arterial.1
Embora existam outras condições que possam levar à isquemia dos membros inferiores (MMIImembros inferiores), como o encarceramento de artéria poplítea, a tromboangeíte obliterante e a persistência da artéria isquiática, a aterosclerose é a causa mais comum.1
A obstrução (estenose) arterial é considerada hemodinamicamente significativa a partir de 50% de redução do diâmetro transverso do vaso. Provoca aumento progressivo da resistência ao fluxo sanguíneo com consequente redução deste, sendo necessária a intervenção cirúrgica para restabelecer uma adequada vascularização tecidual.1
A despeito da evolução das terapias medicamentosas (antiagregantes plaquetários, estatinas) e melhor controle dos fatores de risco (tabagismo, diabetes, hipertensão, dislipidemias) para doença aterosclerótica, há um aumento crescente de pacientes que necessitam de revascularização por apresentarem isquemia crítica de MMIImembros inferiores. Isso se deve, sobretudo, ao envelhecimento da população e ao aumento da prevalência de diabetes, entre outras comorbidades.2
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- diagnosticar a isquemia crítica de MMIImembros inferiores e identificar as situações que necessitem de tratamento cirúrgico imediato;
- descrever as noções básicas das técnicas cirúrgicas convencionais e endovasculares;
- escolher a técnica cirúrgica mais adequada para cada caso.
- Esquema conceitual