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COMPLICAÇÕES DOS ESTOMAS INTESTINAIS

Autor: Edna Delabio Ferraz
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  • Introdução

Segundo Escalante,1 o primeiro registro sobre o emprego da colostomia no tratamento de obstrução por câncer de cólon foi feito por Littré, em 1710. A ileostomia passaria a ser mencionada a partir da experiência de Brown, em 1913, que a indicou para o tratamento da colite ulcerativa. Mais tarde, em 1952, foi Bryan Brooke quem sugeriu um refinamento técnico da ileostomia, que passou a ser denominada “à Brooke”. Nessa técnica, a maturação era realizada com a parede ileal evertida e elevada para prevenir as lesões cáusticas da pele periestomal.

Desde que o estoma intestinal passou a configurar um procedimento cirúrgico auxiliar ou salvador, temporário ou definitivo, pacientes ostomizados percebem-se como indivíduos restritos, privados ou excluídos da vida social. Se, por um lado, os estomas oferecem uma única chance ao paciente de livrar-se de uma condição de risco, preservando-lhes a vida, ao mesmo tempo incorporam uma ameaça a sua qualidade.

O advento de dispositivos coletores, cada vez mais refinados, e a participação de enfermeiros treinados auxiliando nos cuidados com os estomas, têm favorecido a aceitação por parte do portador dessa nova via excretora, no sentido de reintegrá-lo à vida social. Entretanto, isso tem promovido um distanciamento por parte dos cirurgiões quanto ao domínio dessas informações.

A confecção de um bom estoma inicia com a demarcação e esclarecimentos, passando pelas instruções para adaptação das primeiras bolsas, chegando à elaboração de relatórios para que possa o paciente se beneficiar da obtenção dos dispositivos coletores, ato previsto em legislação tanto no SUSSistema Único de Saúde quanto na Saúde Suplementar. A não identificação ou pronta correção das complicações que podem colocar em risco o sucesso da intervenção cirúrgica proposta, ato contínuo, perpassam por todas essas etapas e cabe ao cirurgião assegurá-las.

Segundo Malik e colaboradores,2 as causas mais comuns e indicação para a realização de um estoma intestinal no Reino Unido estão relacionadas:

 

  • ao câncer colorretal;
  • à doença diverticular;
  • à doença inflamatória intestinal.

Neste artigo, serão discutidos os pontos de maior relevância, relacionados direta ou indiretamente à confecção dos estomas intestinais, bem como suas complicações, que podem ser precoces ou tardias.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • agregar informações históricas e de uso corrente, úteis e indispensáveis à melhor capacitação e compreensão por parte do cirurgião, tanto na escolha de um estoma intestinal quanto aos aspectos técnicos da maturação dos estomas intestinais, bem como a identificação e tratamento das principais complicações;
  • discutir os elementos importantes da estomaterapia, que se inicia desde a demarcação do sítio estomal, passando pela fase de tratamento das complicações em que o cirurgião precisa mostrar domínio quanto aos dispositivos coletores mais indicados, trazendo diferença no resultado para os diversos casos.

 

  • Esquema conceitual
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