Introdução
Constipação intestinal é um distúrbio gastrintestinal frequente em crianças. Trata-se de um problema de saúde pública que, além de provocar danos diretamente ao paciente, também apresenta consequências importantes à qualidade de vida e aos custos dispendidos em saúde.1,2
A procura de serviço de emergência pediátrica é três vezes mais frequente para crianças com constipação em relação a crianças sem constipação.2,3 Estudo mostrou que a constipação foi a causa mais comum de dor abdominal em pacientes levados ao serviço de emergência pediátrica.4
Outro estudo apontou que o custo de uma hospitalização de criança com constipação é 50 vezes superior ao custo de 12 meses de acompanhamento ambulatorial.5 Ainda, estudo realizado no Brasil sobre a experiência dos pediatras no manejo da constipação intestinal funcional aponta algumas lacunas no conhecimento das recomendações atuais.6
Neste capítulo, serão apresentadas considerações gerais sobre constipação intestinal em pacientes pediátricos e detalhados aspetos sobre a constipação intestinal funcional nessa população.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever a fisiopatologia e os critérios da constipação intestinal funcional;
- identificar os sinais de alarme que indicam constipação intestinal de origem orgânica;
- listar os principais exames subsidiários na investigação da constipação;
- discutir o manejo terapêutico adequado para casos de constipação intestinal funcional.
Esquema conceitual
