Introdução
Infecções profundas e de partes moles são responsáveis por mais de 14 milhões de atendimentos por ano nos Estados Unidos (EUA), particularmente nas unidades de emergência e de internação. A maior incidência ocorre em crianças com idade inferior a 2 anos e adultos jovens, do sexo masculino e negros.1,2
Em algumas regiões geográficas, a prevalência de infecções por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (em inglês, methicillin-resistant Staphylococcus aureus [MRSA]) chega a atingir 59% dos quadros atendidos nas unidades de emergência.
Na faixa etária pediátrica, a prevalência dessas cepas parece estar aumentando; porém, até aqui, não há qualquer critério clínico ou laboratorial durante a admissão dessas crianças que permita a diferenciação entre as infecções causadas pelas cepas do S. aureus sensível à meticilina (em inglês, methicillin-susceptible Staphylococcus aureus [MSSA]) e as cepas do MRSA.1,2
Como não há critérios bem definidos para a classificação entre os dois subgrupos, a equipe de saúde deve procurar conhecer a prevalência do MRSA em sua comunidade para que possa introduzir, quando indicada, a antibioticoterapia empírica de amplo espectro para cobertura tanto do MSSA como do MRSA, em particular em crianças com suspeita de infecções estafilocóccicas e gravemente doentes.1,2
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar o MRSA de origem comunitária (CA-MRSA) como importante agente etiológico de infecções cutâneas na infância;
- reconhecer as características clínicas e epidemiológicas do CA-MRSA;
- listar as situações clínicas que merecem cobertura mais ampla para CA-MRSA;
- discutir o manejo de crianças com infecções cutâneas graves ou não responsivas à antibioticoterapia empírica inicial.