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COVID-19: APRESENTAÇÕES CLÍNICAS EM PEDIATRIA

Joelma Gonçalves Martin

epub-BR-PROEMPED-C5V1_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer as principais manifestações clínicas da covid-19 em crianças e adolescentes;
  • identificar diagnósticos diferenciais dos principais espectros da covid-19;
  • discutir tratamentos com evidência científica para minimizar a morbidade e a mortalidade associadas à covid-19.

Esquema conceitual

Introdução

No fim de 2019, alguns pacientes com pneumonia de causa desconhecida, ligada epidemiologicamente a animais selvagens vendidos no mercado (Wuhan Seafood Wholesale Market), foram diagnosticados com um vírus RNA da subfamília Coronavirae, denominado 2019-CoV.1

Esse novo agente causou a doença que ganhou o nome de covid-19 e estava envolvido em uma série de casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China. Posteriormente, pela ampla disseminação de casos localmente e depois ao redor do mundo, inclusive no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia causada pela doença em março de 2020.2

As pandemias têm afligido as populações ao longo dos anos. Uma das ocorrências mais fatais aconteceu no século XIV, com a disseminação da Yersinia pestis, cuja estimativa de mortalidade foi de 30 a 50 milhões de pessoas, o que pode ter correspondido à metade da população mundial da época. Outras pandemias foram descritas desde então e, em 2020, esse novo evento foi confirmado.

Apesar do aumento vertiginoso de casos de covid-19 ao redor do mundo atingindo também as crianças, observou-se que nessa faixa etária os casos comportaram-se de maneira mais benigna do que nos adultos, conforme a literatura postulou desde o início.3

Em uma série envolvendo 2.143 crianças com suspeita de covid-19 na China, 731 (34,1%), com média de idade de 7 anos, tiveram infecção confirmada pelo vírus, com quadros assintomáticos, leves e moderados em mais de 90% dos casos; não houve óbito entre aquelas com idade inferior a 10 anos. A partir daí, a literatura se mostrou consistente em pontuar que a doença atinge crianças mais raramente e de forma mais branda.3

Apesar disso, ainda que a covid-19 seja menos grave e menos frequente na população pediátrica, conforme a pandemia progrediu, houve relatos de quadro clínico diferenciado e mais grave nessa faixa etária com sintomas similares à doença de Kawasaki e síndrome do choque tóxico. Achados semelhantes foram descritos em vários países e receberam a nomenclatura de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-p) temporalmente associada à covid.4,5

É fundamental uma revisão dos diversos espectros clínicos da covid-19 no paciente pediátrico. O pronto reconhecimento, particularmente nas unidades de emergência, permite o tratamento precoce, com consequente diminuição da morbidade e da mortalidade.

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