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CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO SURDO ADULTO COM DOENÇA CRÔNICA

Alane Santana Santos

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • compreender os aspectos fisiológicos e culturais da deficiência auditiva (DA) e da surdez;
  • entender as percepções do surdo sobre saúde e seus aspectos;
  • reconhecer dados epidemiológicos relacionados à surdez e às doenças crônicas;
  • analisar a relevância da comunicação na qualidade do atendimento à pessoa surda, com identificação de barreiras comunicacionais e definição de estratégias que auxiliam no atendimento ao surdo;
  • executar cuidados de enfermagem ao surdo com doenças crônicas;
  • sensibilizar profissionais de enfermagem no atendimento ao surdo com doenças crônicas.

Esquema conceitual

Introdução

A igualdade na assistência à saúde é um dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa perspectiva, as atividades desenvolvidas por profissionais de enfermagem exigem comunicação efetiva com os usuários dos serviços, por meio de escuta qualificada e reconhecimento do protagonismo e singularidade dos sujeitos.1

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, 466 milhões de pessoas apresentam perda auditiva.2 No Brasil, o censo demográfico de 2010 revelou a DA como a terceira mais frequente, atingindo 9,8 milhões de brasileiros.1

Observa-se, na legislação, o reconhecimento da distinção entre os conceitos deficiência auditiva e surdez. O primeiro, com uma percepção fisiológica, e o segundo, em consideração ao contexto cultural e identitário que envolve a pessoa, caracterizado pela utilização de uma língua própria, a Língua Brasileira de Sinais (Libras).3

Para o Estatuto da Pessoa com Deficiência, esta é definida a partir da interação entre um impedimento de longo prazo (aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência [PcD] para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de dois anos) e uma ou mais barreiras, que possam interferir na participação social do sujeito de forma igualitária.4

A comunidade surda é uma minoria linguística que luta por seu reconhecimento a partir de valores culturais e identidade grupal, e não pela caracterização de uma deficiência.5 Nesse sentido, leis garantem direitos fundamentais, com vistas à inclusão social.4

De acordo com a legislação, quaisquer obstáculos que impeçam ou limitem a participação social da pessoa são considerados barreiras. Neste capítulo, os empecilhos à comunicação serão os mais analisados, em consideração ao acesso às informações, à compreensão das mensagens e à autonomia dos sujeitos.4

Este capítulo aborda um grupo minoritário que tem direito a atendimento holístico, com vistas à compreensão de suas particularidades e em respeito aos princípios da universalidade, integralidade e igualdade da assistência à saúde. É composto por tópicos que abordam os aspectos relacionados aos cuidados de enfermagem ao paciente surdo. Inicia-se com a conceituação da surdez e a percepção do surdo sobre saúde.

Em seguida, há apresentação de dados epidemiológicos relacionados à DA e às doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), descrição da comunicação e de seus aspectos, relação de políticas de saúde vinculadas aos sujeitos surdos e é finalizado com os aspectos envolvidos no cuidado de enfermagem aos surdos com doenças crônicas.

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