Entrar

CUIDAR DA CRIANÇA COM CONDIÇÃO CRÔNICA E DE SUA FAMÍLIA: COMPETÊNCIA EMOCIONAL DOS ENFERMEIROS PEDIATRAS

Paula Manuela Jorge Diogo

Tânia Almeida

Joana Rodrigues

Luiza Rodrigues

Odete Lemos e Sousa

epub-BR-PROENF-SCA-C15V1_Artigo3

Introdução

A condição crônica pediátrica, além de afetar a vida da criança, representa enorme impacto emocional em todos os membros da família, assim como nas relações que eles estabelecem entre si. Por um lado, implica cumprimento de esquemas terapêuticos e cuidados rigorosos, adaptações específicas aos diversos desafios do cotidiano e utilização de múltiplas estratégias de coping para uma vivência tão normal quanto possível.1 Por outro, em decorrência do desenvolvimento da ciência e dos cuidados de saúde, a expectativa média de vida das crianças com condição crônica tem aumentado, o que torna premente o acompanhamento e o apoio a elas e suas famílias.1,2

A competência emocional dos enfermeiros na intervenção a crianças e famílias que vivem cotidianamente com uma condição crônica enquadra-se desde o impacto da notícia e os períodos de agudização até a fase de fim de vida. Ao longo desse processo, crianças e famílias enfrentam situações de estresse e fragilidade emocional, necessitando de ajuda para lidar com as emoções de forma adaptativa.

A condição crônica caracteriza-se por apresentar um problema de base biológica, psicológica ou cognitiva, de início gradual, com prognóstico incerto, de longa ou indefinida duração (por um ano ou mais), além de condições clínicas que mudam ao longo do tempo e podem gerar incapacidades, requerendo cuidados contínuos e intervenções por meio do uso articulado de tecnologias leves, leve/duras e duras.3 Às características apresentadas, acrescentam-se:2

 

  • necessidades especiais em saúde da criança;
  • alargamento dos tipos de condições incluídas;
  • riscos ao desenvolvimento;
  • dependência de tecnologia.

A concepção de condição crônica articula-se com a definição de criança na atualidade. Criança é toda pessoa com idade inferior a 18 anos; entretanto, em caso de doença crônica, incapacidade e deficiência, a infância estende-se até os 21 anos de idade e/ou até que a transição apropriada para a vida adulta seja atingida com sucesso.4 A definição de criança integra as duas etapas maiores do desenvolvimento (criança e jovem) e os seus diferentes estágios de crescimento e desenvolvimento (recém-nascido, lactente, toddler, pré-escolar, escolar, púbere e adolescente).2

Neste capítulo, serão abordados aspectos emocionais associados à vivência da criança com condição crônica e de sua família, bem como a competência emocional dos enfermeiros pediatras, utilizando como referencial teórico o Modelo de Trabalho Emocional em Enfermagem Pediátrica (TEEPTrabalho Emocional em Enfermagem Pediátrica).5,6

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • caracterizar a emocionalidade vivida pela criança com condição crônica e por sua família;
  • identificar as repercussões da vivência de uma condição crônica no desenvolvimento emocional da criança;
  • reconhecer o Modelo TEEPTrabalho Emocional em Enfermagem Pediátrica;
  • relacionar o cuidar de enfermagem com o Modelo TEEPTrabalho Emocional em Enfermagem Pediátrica;
  • fundamentar a competência emocional dos enfermeiros pediatras no âmbito do Modelo TEEPTrabalho Emocional em Enfermagem Pediátrica;
  • refletir sobre a competência emocional dos enfermeiros pediatras no contexto da prática de enfermagem à criança com condição crônica e sua família.

Esquema conceitual

Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login