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DECLÍNIO COGNITIVO SUBJETIVO

Autores: Francisco de Assis Carvalho Vale, Carina Tellaroli, Mariana Luciano Almeida, Ari Pedro Balieiro Junior
epub-PRONEURO-C3V1_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer o construto declínio cognitivo subjetivo (DCS);
  • descrever o estado da arte das pesquisas em DCS;
  • revisar a terminologia utilizada na literatura corrente sobre DCS;
  • discutir propostas de métodos de identificação e intervenção atuais em DCS.

Esquema conceitual

Introdução

A transição demográfica e suas consequências epidemiológicas trazem consigo novos desafios à saúde pública. As projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) são de que em 2050 a população idosa brasileira será de 45 milhões de pessoas, o que corresponde a cerca de 24% da população total do País. Dessa forma, estará consolidada a inversão da relação jovens/idosos, com uma taxa superior a 172 idosos para cada 100 pessoas com idade inferior a 15 anos.1

O envelhecimento da população aponta para um recrudescimento das demências, que têm a idade como um de seus fatores de risco. Sabe-se que as demências atingem 55 milhões de pessoas no mundo e um dos seus principais sintomas é a perda de memória recente; especialmente, no caso da demência da doença de Alzheimer (DA), o tipo mais prevalente.2

Considerando que a DA é a sétima causa de mortalidade no mundo,2 a busca por estratégias de tratamento precoce, tanto farmacológicos quanto não farmacológicos, já aglutina o esforço dos pesquisadores desde o final da década de 1990.

A disseminação dessas informações tem transformado a memória em uma das grandes preocupações de quem envelhece. É cada vez mais comum que pessoas se queixem de problemas de memória a partir da meia-idade (40 a 60 anos), e os estudos têm demonstrado que tais queixas podem ser indicativas de um transtorno cognitivo.

Nesse esforço de entendimento da fase pré-clínica do envelhecimento, emergiu o construto de DCS, que permite investigar quando há autorrelato de declínio de uma ou mais funções cognitivas, principalmente da memória, sem a comprovação objetiva de declínio da cognição nos testes padrão para avaliação neuropsicológica.3,4

Assim, promover conhecimento científico a respeito do DCS para profissionais da área da saúde é parte fundamental da estratégia de prevenção e tratamento das demências, pois aumenta a possibilidade de detecção precoce e a qualidade de vida (QV) dos pacientes.

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