- Introdução
A população de portadores de demência foi estimada em cerca de 44 milhões de pessoas em 2016.1 Em muitos países europeus e nos Estados Unidos, verifica-se uma tendência à redução ou à estabilização desse número.2
Em contrapartida, pouco se sabe sobre o comportamento da incidência e da prevalência da demência nos países em desenvolvimento, nos quais a população idosa vem crescendo rapidamente, como é o caso do Brasil.2
O impacto negativo da demência nos pacientes, em seus familiares e na sociedade é profundo. A necessidade de melhorar os cuidados dos afetados deve ser uma prioridade no contexto das políticas de saúde, sejam elas de financiamento público ou privado.
A depressão pode estar presente em mais de um quarto dos pacientes com demência que vivem na comunidade e contribui para uma redução ainda maior de sua funcionalidade, além de aumentar a mortalidade e a sobrecarga dos cuidadores.3
Desse modo, o diagnóstico e a abordagem terapêutica adequada da depressão em pacientes com demência devem fazer parte da lista de cuidados a serem implementados nessa população. A depressão que ocorre na fase tardia da vida pode preceder o desenvolvimento de demência ou mesmo constituir um fator de risco.4
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer a importância da prevalência da depressão na demência;
- utilizar instrumentos validados para o diagnóstico da depressão em pacientes com demência;
- analisar as evidências de efetividade e segurança dos antidepressivos em idosos dementados e deprimidos;
- considerar os tratamentos não farmacológicos para sintomas depressivos em pacientes com demência.
- Esquema conceitual