- Introdução
O joelho é a articulação mais solicitada do corpo humano.1 A sua estabilidade estática depende da interação entre a sua geometria e a restrição dos tecidos moles. Já a sua estabilidade dinâmica depende das ações musculares proximais e distais. Por ser uma articulação de suporte de peso e muito exigida em mudanças de direção durante a prática esportiva, a prevalência de lesões nessa parte do corpo é elevada.1–3
Qualquer dano aos componentes que integram o joelho pode ocasionar o desequilíbrio da sua biomecânica e da sua funcionalidade, com possível deterioração das demais estruturas articulares.4
Antes de iniciar o processo de reabilitação muscular pós-lesão no joelho, torna-se necessário aos fisioterapeutas compreenderem a condição musculoesquelética para a realização de um adequado programa de condicionamento muscular, possibilitando um prognóstico mais preciso.3
Há diversas maneiras de mensurar o desempenho muscular, como, por exemplo, por meio
- da realização exame manual da força muscular;
- do uso de extensômetros elétricos de resistência;
- da utilização de dispositivos analógicos associados a cadeiras flexoextensoras.
O dinamômetro isocinético é o equipamento mais exato para mensurar o desempenho muscular. Ele utiliza uma variedade de dispositivos e sistemas de medição objetivos para quantificar diferentes parâmetros da função muscular e fornece medidas numéricas específicas de desempenho muscular, o que permite a documentação precisa da extensão da disfunção e a confiabilidade do exame (comparação quantificável) de uma avaliação à outra.
A importância e a popularidade do uso do dinamômetro isocinético na articulação do joelho são evidenciadas pelo grande número de pesquisas científicas no aspecto da avaliação, voltado à prevenção e à reabilitação muscular.5
Neste capítulo, abordam-se a biomecânica do joelho, as suas principais lesões e características, fornecendo a fundamentação para tópicos de relevância clínica para a isocinética do joelho, como a avaliação e a interpretação dos resultados na prevenção de lesões, e a utilização do exercício isocinético como estratégia de reabilitação muscular pós-lesões do joelho.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar a biomecânica do joelho, as suas principais lesões e características clínicas;
- interpretar os princípios básicos, a instrumentalização e a aplicabilidade clínica do dinamômetro isocinético;
- inferir sobre o uso da avaliação isocinética do joelho e a interpretação dos resultados na prevenção de lesões;
- discutir a utilização do exercício isocinético como estratégia de reabilitação muscular pós-lesões do joelho.
- Esquema conceitual