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DISFUNÇÕES ANORRETAIS: PROPEDÊUTICA E TRATAMENTO

Autores: Claudio Coy, Cláudia Luciana Fratta
epub-PROACI-C16V2_Artigo5

Introdução

Assim como os mecanismos envolvidos na continência fecal, a fisiologia da evacuação é complexa. Para seu adequado funcionamento, é necessária a integração entre as vias autonômicas simpáticas e parassimpáticas, assim como a ação de peptídeos enteroendócrinos (como a motilina) ou de neurotransmissores (como a serotonina, a acetilcolina e a neurotensina).1,2

Liberada por células enterocromafins, em resposta à distensão da parede intestinal, a serotonina promove peristaltismo por estimulação de acetilcolina e distensão do reto, que desencadeia o reflexo inibitório reto anal (RIRAreflexo inibitório reto anal). Esse reflexo estimula os receptores parietais, que possibilitam a percepção de seu conteúdo. Assim, pode-se desencadear, voluntariamente, a evacuação por ação integrada entre os músculos abdominais e do assoalho pélvico e o canal anal.

De forma simplificada, este capítulo descreve um dos mecanismos envolvidos no controle da evacuação. Deve-se considerar que, para a avaliação dos distúrbios anorretais, os métodos disponíveis e usados na prática diária não contemplam todos os aspectos relacionados com a fisiologia da evacuação.

Os distúrbios anorretais, cujas manifestações mais frequentes são constipação e incontinência fecal, podem decorrer de

 

  • distúrbios funcionais;
  • lesões estruturais da musculatura esfincteriana;
  • alterações neurogênicas.

A prevalência desses distúrbios tem grande variação nos dados da literatura, mas é frequente nos ambulatórios de gastrenterologia e coloproctologia. Comumente, as queixas são crônicas, e os pacientes relatam avaliações distintas com diversos profissionais e falta de orientação terapêutica adequada. Esse roteiro pode ser alterado pelo conhecimento dos mecanismos etiopatogênicos, a partir do qual se pode orientar a investigação diagnóstica e, consequentemente, o tratamento. Na maioria dos casos, é possível oferecer opções terapêuticas eficazes.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever os mecanismos etiopatogênicos da constipação intestinal e da incontinência fecal;
  • identificar os exames diagnósticos específicos para a constipação intestinal e para a incontinência fecal;
  • listar as opções terapêuticas para o tratamento da constipação intestinal e da incontinência fecal.

Esquema conceitual

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