Introdução
A displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) é um espectro de alterações que se apresenta de formas variadas e em diferentes idades. Pode se manifestar como displasia acetabular leve, instabilidade do quadril, subluxação ou até luxação completa da cabeça femoral.1,2
A etiologia da DDQ é multifatorial, e foram descritos fatores ambientais, mecânicos e genéticos que contribuem para o desenvolvimento de uma articulação instável.1,2 Dentre os fatores de risco, citam-se apresentação pélvica, história familiar, sexo feminino, frouxidão ligamentar, primigravidez, oligodrâmnio e posicionamento inadequado após o nascimento.3
Estima-se que a incidência da DDQ seja de 1,4 para cada 1.000 nascimentos, porém, esses valores variam de acordo com diferenças geográficas, étnicas e culturais. As meninas são quatro a seis vezes mais afetadas do que os meninos. A DDQ é bilateral em cerca de 20% dos casos; quando unilateral, é mais frequente no quadril esquerdo.1–6 O torcicolo congênito e o metatarso aduto são condições com associação estatisticamente comprovada.3
O diagnóstico no período neonatal permite o tratamento precoce da DDQ com melhores resultados. Quanto mais tardio for o diagnóstico, mais desafiador é o tratamento, com resultados nem sempre satisfatórios.2,3,7
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer os fatores de risco da DDQ;
- realizar o exame físico e identificar alterações sugestivas de DDQ;
- interpretar os exames de imagem de forma correta;
- indicar o tratamento adequado de acordo com a idade do paciente.