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DISPNEIA NA EMERGÊNCIA

Autor: José Benedito Morato
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  • Introdução

O termo dispneia caracteriza uma experiência subjetiva de desconforto respiratório que compreende distintas sensações que variam de intensidade. As experiências diferem de acordo com múltiplas características: fisiológicas, psicológicas, sociais, fatores associados, e podem ainda promover a indução de respostas secundárias físicas e de comportamento. De forma simplificada, é uma sensação de desconforto ou dificuldade para respirar, traduzida pelos pacientes como fôlego curto, cansaço ou canseira.1,2

A disfunção súbita da ventilação e/ou oxigenação pode ocasionar aumento do trabalho respiratório, quebra da homeostasia e, em condições extremas, hipoxia/hipercapnia acentuadas, arritmias, instabilidade hemodinâmica, parada cardiorrespiratória e óbito. Os possíveis agentes etiológicos da dispneia são diversos e abrangem uma vasta gama de patologias que variam de processos leves, autolimitados, até condições de risco de vida. As patologias mais comuns envolvem principalmente os sistemas cardiovascular, pulmonar e neuromuscular.

A avaliação semiológica do paciente deve procurar sempre sinais clínicos de gravidade e/ou de insuficiência respiratória:

 

  • presença de esforço respiratório;
  • uso de musculatura acessória;
  • cianose;
  • alterações do status mental e da capacidade de fala.

A solicitação de exames complementares deve ser direcionada de acordo com a suspeita diagnóstica. A oximetria de pulso, a medida contínua da pressão arterial e eletrocardiográfica de superfície devem sempre ser utilizadas na monitorização e acompanhamento de pacientes graves.

O manejo terapêutico da dispneia deve ser voltado para a causa base. Em linhas gerais, o tratamento da dispneia deve levar em consideração: patência da via aérea, eficácia da respiração e oxigenação adequada. A ventilação mecânica não invasiva (VMNIventilação mecânica não invasiva) possui papel importante no manejo de pacientes com insuficiência respiratória aguda (IRpAinsuficiência respiratória aguda) e com necessidade de assistência ventilatória. O uso da VMNIventilação mecânica não invasiva favorece a melhora das trocas gasosas, a redução do trabalho respiratório, o aumento da ventilação alveolar e reduz a incidência de intubação orotraqueal (IOTintubação orotraqueal). A IOTintubação orotraqueal, quando indicada, não deve ser postergada.

  • Objetivos

Ao final da leitura do artigo, espera-se que o leitor possa:

 

  • definir e rever os conceitos fisiopatológicos da dispneia;
  • propor diagnósticos diferenciais para as causas de dispneia;
  • reconhecer os sinais e sintomas mais comuns da dispneia;
  • rever os principais métodos de investigação das causas de dispneia e reconhecer as suas limitações;
  • avaliar as condutas de acordo com as principais etiologias.
  • Esquema conceitual
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