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EPISTAXE

Autor: Fabrício Scapini
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  • Introdução

Embora exista o conceito de que a epistaxe (do grego epistaxis) seria qualquer sangramento da mucosa nasal, e a hemorragia nasal seria o sangramento de outras origens (como seios paranasais, rinofaringe, entre outros) que se exteriorizam pelo nariz, neste artigo, será empregado o termo epistaxe para qualquer sangramento nasal — anterior ou posterior — tendo em vista que a abordagem diagnóstica e terapêutica proposta englobará as principais etiologias, de origem nasal ou não.

Estima-se que 60% da população irão apresentar algum episódio de epistaxe ao longo da vida e 6% deles precisarão de atendimento médico.1 Embora possa ocorrer em qualquer idade, há uma distribuição bimodal, com mais casos na infância e em adultos–idosos (45–65 anos).

Hipócrates já reportava que a compressão da parede lateral do nariz contra o septo poderia ajudar na epistaxe. A popularização de métodos terapêuticos por meio de diversos tipos de materiais para tamponamento, as técnicas cirúrgicas com emprego de endoscópios e o uso de algumas substâncias têm melhorado os resultados na abordagem da epistaxe. Entretanto, o envelhecimento da população e o uso de múltiplos medicamentos com possíveis repercussões vasculares e hematológicas, especialmente os anticoagulantes/antiagregantes plaquetários, têm resultado em maior desafio no tratamento da epistaxe.

Os pacientes com epistaxe normalmente procuram unidades de pronto atendimento (UPAunidade de pronto atendimentos) geral, sendo atendidos por não especialistas. Nesses casos, quando o otorrinolaringologista é chamado, muitas vezes, eles já estão sem sangramento ou já estão tamponados. Essa situação normalmente não está prevista nos protocolos, uma vez que geralmente são elaborados para atendimento em serviços especializados. Entretanto, a maioria das cidades brasileiras não oferece um pronto atendimento otorrinolaringológico, e a primeira consulta é realizada por plantonistas clínicos ou cirúrgicos.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • identificar a anatomia e a fisiopatologia relacionadas à epistaxe;
  • analisar as principais etiologias da epistaxe;
  • descrever as diversas formas de apresentação clínica da epistaxe;
  • propor manejo sistematizado da epistaxe;
  • abordar situações especiais, como transtornos hematológicos, associação com anticoagulantes, transtornos hepáticos, neoplasias, telangiectasia hemorrágica hereditária (THHtelangiectasia hemorrágica hereditária) e traumas, analisando as evidências dos principais métodos terapêuticos atualmente empregados nesses casos;
  • propor protocolo de abordagem da epistaxe.
  • Esquema conceitual
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