- Introdução
A espirometria é um teste não invasivo que mensura os volumes pulmonares, inspirados e expirados, em função do tempo. É considerada a mais comum prova de função pulmonar.1
De um modo geral, a interpretação da espirometria é conduzida pela análise dos valores de capacidade vital forçada (CVFcapacidade vital forçada), do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1volume expiratório forçado no primeiro segundo) e da relação VEF1volume expiratório forçado no primeiro segundo/CVFcapacidade vital forçada.2 Os resultados podem ser categorizados em três padrões: espirometria normal, distúrbios ventilatórios obstrutivos e distúrbios ventilatórios restritivos.3 No entanto, podem ocorrer, concomitantemente, distúrbios ventilatórios obstrutivos e restritivos, condição denominada distúrbio ventilatório misto ou combinado.3
A espirometria é um exame genuinamente funcional, importante na avaliação da condição respiratória geral, além de ser uma valiosa ferramenta para estratificação funcional.4 Por suas características fisiológicas, a espirometria não estabelece diagnóstico etiológico das doenças,1 e sim o distúrbio funcional, que pode ser característico de várias patologias.
A espirometria mensura o quanto as doenças impactam a função pulmonar. É com base nos resultados espirométricos, associados à história clínica do indivíduo, além dos dados de outros exames (por exemplo, tomografia computadorizada de tórax, teste cardiopulmonar de exercício etc.), que se estabelece o diagnóstico nosológico.
De acordo com a Resolução nº 400, de 3 de agosto de 2011, do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), que disciplina a especialidade profissional de fisioterapia respiratória, é estabelecido, no artigo 3°, incisos V, XIV e XXI, que esse especialista deve ser proficiente para:
- solicitar, realizar e interpretar exames complementares, como espirometrias e outras provas de função pulmonar;
- monitorar parâmetros cardiorrespiratórios;
- emitir laudos, pareceres e relatórios fisioterapêuticos.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- reconhecer a fisiologia e a fisiopatologia respiratória aplicada à espirometria;
- classificar as forças impostas à ventilação pulmonar;
- identificar os músculos respiratórios durante as manobras respiratórias;
- reconhecer a influência de processos patológicos na função pulmonar;
- indicar as manobras realizadas na espirometria;
- identificar as etapas de montagem do laboratório para realização da espirometria;
- reconhecer as etapas que compõem a realização da espirometria.
- Esquema conceitual