- Introdução
A hipertensão arterial (HAhipertensão arterial) é o maior problema de saúde pública no mundo de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMSOrganização Mundial da Saúde).1 A sua condição clínica multifatorial é caracterizada pelo aumento sustentado da pressão arterial (PApressão arterial) (pressão sistólica ≥ 140mmHg e/ou pressão diastólica ≥ 90mmHg).
A HAhipertensão arterial está frequentemente associada a distúrbios metabólicos, a alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo e é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças, como:
- doenças cardiovasculares – infarto agudo do miocárdio (IAMinfarto agudo do miocárdio) e insuficiência cardíaca (IC);
- obesidade;
- dislipidemia;
- acidente vascular encefálico (AVEacidente vascular encefálico);
- doenças renais crônicas;
- diabetes melito (DMdiabetes melito);
- retinopatia;
- doença arterial periférica.
Entre as complicações associadas à HAhipertensão arterial, pelo menos 45% das mortes estão relacionadas com a ocorrência de IAMinfarto agudo do miocárdio e 51% delas são decorrentes de AVEacidente vascular encefálico.2 No Brasil,3 a HAhipertensão arterial atinge 36 milhões de indivíduos adultos, sendo 60% idosos. As suas complicações apresentam alto impacto nas atividades laborais e na renda familiar.
LEMBRAR
O tratamento da HAhipertensão arterial, a sua prevenção e o tratamento de suas complicações são um desafio para os profissionais da saúde, pois a prevalência dessa doença aumenta com a idade.4
A terapêutica da HAhipertensão arterial inclui medidas medicamentosas ou não, visando reduzir a morbidade e a mortalidade, prevenir desfechos cardiovasculares e renais. O tratamento não medicamentoso inclui várias abordagens e tem se mostrado valioso na redução da PApressão arterial e no seu controle. Essas intervenções incluem, entre outras:1
- controle de peso corporal;
- adoção de medidas nutricionais;
- prática de atividades físicas;
- alterações de hábitos de vida prejudiciais.
LEMBRAR
A atenção ao paciente envolve diversos profissionais da saúde, como, por exemplo, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos e enfermeiros. Além disso, é importante que os pacientes entendam os benefícios do controle e da diminuição da PApressão arterial, auxiliando assim a redução de suas complicações.5
As intervenções educacionais (IEintervenção educacionals) aumentam os níveis de conhecimento sobre a HAhipertensão arterial e têm influência positiva na confiança quanto ao uso correto das medicações.6 Além disso, criam oportunidades para que os pacientes possam entender melhor sua condição clínica e a função das terapias medicamentosas e aumentam a aderência ao tratamento, visando diminuir a progressão da doença e de suas complicações. Estudos demonstram que as IEintervenção educacionals reduzem a incidência de AVEacidente vascular encefálico, de eventos cardíacos e, consequentemente, a taxa de mortalidade, sem impactos negativos na qualidade de vida.7,8
Diferentes modelos de cuidado são utilizados para melhorar o controle da PApressão arterial e a progressão da doença. Neste artigo, serão abordados, de forma detalhada, os tipos de IEintervenção educacionals mais utilizados para pessoas com HAhipertensão arterial.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar os principais fatores de riscos comportamentais para o desenvolvimento da HAhipertensão arterial;
- apresentar as IEintervenção educacionals mais comumente utilizadas em pacientes com HAhipertensão arterial;
- identificar os efeitos de cada intervenção na prevenção e no controle do aumento da PApressão arterial;
- orientar e/ou direcionar os pacientes quanto aos métodos de IEintervenção educacionals.
- Esquema conceitual