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FISIOTERAPIA EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA

Autores: Dirceu Costa, Marcela Cangussú Barbalho Moulim, Renata Pedrolongo Basso Vanelli, Eli Maria Pazzianotto-Forti, Fabiana Sobral Peixoto-Souza
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  • Introdução

Historicamente, a fisioterapia na cirurgia bariátrica surgiu em decorrência de uma crescente necessidade de fisioterapia no pré-operatório e no pós-operatório de cirurgia abdominal alta, se estabelecendo devido ao aumento do número de cirurgias bariátricas, especialmente por causa do avanço na incidência de obesidade, que passou a ser considerada um problema de saúde pública. A obesidade atingiu proporções epidêmicas e de prevalência crescente no mundo, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças metabólicas crônicas e tornando-se um problema econômico em função dos altos custos com as doenças associadas à obesidade.1

Segundo dados de 2016,2 da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 600 milhões de pessoas no mundo — 13% dos adultos — eram obesas. A prevalência da obesidade entre mulheres varia de 74–86% e entre homens, de 69–77%. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGEInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reporta que 60% da população adulta — ou 82 milhões de brasileiros — estava acima do peso em 2014, sendo mulheres a maioria.3 Sobre a obesidade mórbida,4 dados de 2010 mostraram que a prevalência era de 8,5% nos Estados Unidos,5 e estima-se que em 2030 três bilhões de pessoas no mundo serão obesas mórbidas.6

A obesidade mórbida é caracterizada por um índice de massa corporal (IMCíndice de massa corporal) ≥40kg/m2,4

As diretrizes clínicas para o tratamento de indivíduos com sobrepeso e obesos incluem intervenções comportamentais, com orientação nutricional e acompanhamento psicológico, além do aumento da atividade física, compondo um programa de perda de peso e seu gerenciamento a longo prazo. No entanto, esse tipo de intervenção não tem eficácia comprovada para perda de peso substancial em adultos com obesidade mórbida, e a cirurgia bariátrica tem se mostrado um método efetivo na perda de peso, tanto a curto como a longo prazos,7 melhorando as comorbidades, a qualidade de vida e a capacidade de exercício e diminuindo a mortalidade.8

Por se tratar de uma cirurgia abdominal alta, a cirurgia bariátrica apresenta riscos de complicações pulmonares no período pós-operatório. Tais complicações acontecem em cerca de 5% dos pacientes, e estão relacionadas a maiores índices de morbidade e mortalidade e também ao aumento no tempo de internação e dos custos hospitalares.9

Neste sentido, a fisioterapia no pré-operatório e no pós-operatório da cirurgia bariátrica tem se tornado cada vez mais indispensável no processo preventivo e curativo em benefício dos indivíduos com obesidade mórbida. Assim, tanto uma adequada avaliação pré-operatória (em especial, as avalições física e funcional respiratória) quanto as respectivas orientações e intervenções fisioterapêuticas pré-operatória e pós-operatórias têm adquirido cada vez mais importância na recuperação do paciente com obesidade mórbida, despertando interesse em estudos sobre esse tema.

Por meio de uma busca na literatura existente, nas evidências científicas e em experiências clínicas, este artigo propõe elucidar os principais testes e as avaliações cardiopulmonares e musculoesqueléticas, as intervenções pré-operatórias, pós-operatórias imediatas e tardias, empregadas pela fisioterapia em indivíduos obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • selecionar os principais testes e as avaliações cardiorrespiratórias e musculoesqueléticas aplicáveis em indivíduos com obesidade mórbida;
  • utilizar, a partir dos conceitos básicos, com a respectiva fundamentação científica e preparo, as técnicas de fisioterapia pré-operatória e pós-cirurgia bariátrica em indivíduos obesos mórbidos.
  • Esquema conceitual
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