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ESTADO DA ARTE DA ESTIMULAÇÃO VIBRATÓRIA NA FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL

Autores: Sibele de Andrade Melo Knaut, Lyonn Jean Carneiro, Luiz Alberto Manfré Knaut
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Introdução

Lesões no sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central) ou no sistema nervoso periférico (SNPsistema nervoso periférico) comprometem a função sensório-motora em diferentes graus, variando de acordo com o tipo da lesão (por exemplo, completa ou incompleta, isquêmica ou hemorrágica, etc.), sua extensão e sua localização. O papel da fisioterapia neurofuncional é restaurar essas funções afetadas e, assim, promover a independência do indivíduo, melhorando sua qualidade de vida.

Os avanços da neurociência nas últimas décadas vêm contribuindo de forma importante para o avanço da fisioterapia neurofuncional. Diversos métodos, técnicas e recursos terapêuticos vêm sendo aprimorados e desenvolvidos, a fim de otimizar a recuperação da função sensório-motora dos indivíduos com lesão no SNCsistema nervoso central ou no SNPsistema nervoso periférico.

Dentre os recursos mencionados, a aplicação de estímulos sensoriais vem sendo amplamente estudada por profissionais que atuam na área da reabilitação neurofuncional, visto que diversos estudos, tanto em modelos animais quanto em humanos, demonstraram que as aferências sensoriais são necessárias para um controle adequado do movimento.1

Em humanos, estudos em indivíduos desaferentados (isto é, indivíduos privados das aferências sensoriais de grande calibre, responsáveis pela transmissão das informações proprioceptivas e cutâneas) demonstraram que a informação sensorial é utilizada para planejar e corrigir o movimento por meio dos mecanismos proativos (feed-forward) e reativos (feedback), respectivamente.2,3 Além disso, a estimulação das aferências sensoriais pode aumentar a plasticidade cerebral em indivíduos que apresentam lesão no SNCsistema nervoso central.4,5

A aplicação de estímulos sensoriais, visando facilitar o controle do movimento, vem sendo preconizada desde os anos de 1960 e 1970, por diversos profissionais da reabilitação, tais como Margaret Rood, Herman Kabat, Margaret Knott, Dorothy Voss e Signe Brunnstrom, profissionais esses reconhecidos pelo desenvolvimento de técnicas de facilitação neuromuscular.

Uma técnica de estimulação sensorial que promove uma ativação importante do sistema somatossensorial é a vibração mecânica. Neste artigo, serão abordados os efeitos neurofisiológicos da estimulação vibratória e o seu potencial terapêutico nas diversas sequelas observadas em pacientes com disfunções neurológicas, como alteração de sensibilidade, dor, negligência espacial, espasticidade e fraqueza muscular.

Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 

  • compreender os mecanismos fisiológicos responsáveis pelos efeitos da estimulação vibratória;
  • identificar quais são os pacientes que podem se beneficiar da estimulação vibratória;
  • identificar quais são os efeitos mais vantajosos para cada paciente;
  • escolher os parâmetros ideais de estimulação de acordo com o objetivo do tratamento e as particularidades de cada paciente.

Esquema conceitual

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