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ÉTICA PROFISSIONAL E BIOÉTICA RELACIONADA AO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM EMERGÊNCIA

Andrea Stella Barbosa Lacerda

Marta Sauthier

Graciele Oroski Paes

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  • Introdução

O acolhimento com classificação de risco (ACCRacolhimento com classificação de risco) vem sendo difundido por meio de sua implementação nas unidades de emergência no Brasil. Criado e lançado em 2003 e apresentado ao Conselho Nacional de Saúde (CNSConselho Nacional de Saúde ) em 2004, junto à Política Nacional de Humanização (PNHPolítica Nacional de Humanização) da Atenção e Gestão do Sistema Único de Saúde (HumanizaSUSAtenção e Gestão do Sistema Único de Saúde), emergiu da necessidade de atender as pessoas com maior eficiência, especialmente nas emergências.1

Antes da implementação do ACCRacolhimento com classificação de risco, os usuários eram triados de forma excludente, dispensados na porta de entrada, e os atendimentos eram realizados por ordem de chegada.1 Com a nova política, há a estratificação dos atendimentos, convergindo para a priorização dos casos de maior gravidade e a garantia de atendimento a todos os que buscam as unidades de saúde.2

O ACCRacolhimento com classificação de risco pressupõe a compreensão do termo polissêmico humanização, que tem em seu significado o reconhecimento do outro como sujeito de direitos e responsabilidades. Assim, presume a realização de uma assistência ética e resolutiva, à medida que os usuários são atendidos conforme seu potencial de risco, de acordo com seu estado clínico.2

No processo de classificação de risco (CRclassificação de risco), é importante uma comunicação eficiente entre profissionais e usuários para que possam expor suas queixas e dúvidas sobre seu quadro clínico e classificação. Apenas “olhar” para a classificação, para as diferentes cores ou ler as definições não significa que essa ação seja compreendida, a fim de serem pactuadas as decisões. As ações no setor de emergência devem ser evidentes para os usuários, desde o ACCRacolhimento com classificação de risco em que é classificado até seu encaminhamento ao atendimento médico, para que não emerjam sentimentos ou concepções de injustiça e falta de reconhecimento, compreendendo esse usuário como um ser de direitos.1

Deve-se valorizar a subjetividade do ser humano e dar voz à comunidade assistida.1 Conforme discussão, constante na dissertação de uma das autoras deste artigo, o enfermeiro tem a importante função de ser um educador e, nesse caso, um promotor dos direitos do usuário, primando por valores como liberdade, dignidade humana e respeito aos sujeitos, e deve ser reconhecido pela equipe multiprofissional e pelos usuários como um ser capacitado para a realização da avaliação de risco.3

Escutar a avaliação que o usuário possui sobre seu quadro clínico é uma questão importante para o exercício de sua autonomia, ou seja, o ACCRacolhimento com classificação de risco deve ser um processo dialogal, não unilateral. Desse modo, há a cooperação com a construção do autocuidado e a colaboração para que haja solidariedade entre os usuários.4

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

  • reproduzir conceitos de moral, ética e bioética;
  • refletir sobre a CRclassificação de risco no Brasil e em outros países;
  • reconhecer a PNHPolítica Nacional de Humanização, suas diretrizes e seu dispositivos;
  • identificar a estrutura e a conceituação da CRclassificação de risco e seus protocolos;
  • caracterizar o ACCRacolhimento com classificação de risco realizado pela enfermagem em emergência e sua multidisciplinaridade;
  • refletir sobre as relações entre os princípios bioéticos, deontológicos, teleológicos e o ACCRacolhimento com classificação de risco;
  • aplicar, nos casos propostos, o ACCRacolhimento com classificação de risco e seus protocolos em emergência.
    • Esquema conceitual
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