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FARMACOTERAPIA DA DEPRESSÃO E O CUIDADO FARMACÊUTICO

Liz Girard Muller

Andresa Heemann Betti

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • reconhecer, de modo geral, os principais sintomas da depressão e sua neurobiologia;
  • identificar os principais fármacos utilizados no tratamento da depressão e seus mecanismos de ação;
  • identificar as principais interações medicamentosas e as reações adversas relacionadas com o tratamento da depressão;
  • analisar o cuidado farmacêutico a indivíduos deprimidos em uso de antidepressivos.

Esquema conceitual

Introdução

A depressão, ou transtorno depressivo maior (TDMtranstorno depressivo maior), é o transtorno de humor mais comum, afetando atualmente cerca de 280 milhões de pessoas no mundo. Esse transtorno representa um importante problema de saúde pública e vem aumentando sua prevalência e se agravando globalmente.1 No Brasil, estima-se que a prevalência do TDMtranstorno depressivo maior seja de 5,8%.2 Adicionalmente, sabe-se que as mulheres são mais afetadas que os homens (quase o dobro dos indivíduos deprimidos são mulheres).

O TDMtranstorno depressivo maior pode apresentar-se na forma de depressão unipolar ou na forma de distimia (transtorno depressivo persistente, sintomas com duração de pelo menos dois anos). O diagnóstico do TDMtranstorno depressivo maior é clínico e deve estar de acordo com os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição (em inglês, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders [DSM-5]), da American Psychological Association.3

Segundo o DSM-5,3 o quadro clínico de TDMtranstorno depressivo maior deve apresentar no mínimo um episódio com duração de duas semanas de humor deprimido, associado a cinco ou mais sintomas de um total de nove sintomas, os quais serão apresentados ao longo deste capítulo.

O TDMtranstorno depressivo maior é a principal causa de incapacidade em todo o mundo, estando associado a prejuízos sociais, escolares, profissionais e familiares. No pior dos cenários, o TDMtranstorno depressivo maior pode levar a suicídio, homicídios e mortes acidentais. Fatores genéticos, bioquímicos e psicológicos estão relacionados com a etiologia dessa doença. Assim, indivíduos que passam por situações adversas ao longo da vida (luto, problemas financeiros, desemprego, traumas) têm mais chance de se tornarem deprimidos.

Existem diversos fármacos antidepressivos (ATDs) disponíveis no mercado, porém a maioria apresenta mecanismo de ação que visa ao aumento da concentração de monoaminas (serotonina, noradrenalina, dopamina) na fenda sináptica, apresenta latência para levar à remissão de sintomas e possui diversas interações entre si e reações adversas aos medicamentos (RAMreação adversa ao medicamentos) que exigem acompanhamento de profissionais.

Este capítulo foi escrito com o objetivo de abordar a farmacologia dos ATDs e orientar o cuidado farmacêutico a pacientes deprimidos, contemplando o monitoramento de reações adversas, interações medicamentosas, entre outros, de forma a contribuir para a melhoria dos resultados terapêuticos.

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