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IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS FARMACÊUTICOS NA ESPANHA

Autores: Miguel Angel Gastelurrutia, Shalom Isaac Benrimoj, Fernando Martínez-Martínez, Victoria Garcia Cardenas
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • diferenciar os serviços entendidos como intervenções complexas e como inovações;
  • utilizar a ciência da implementação na implantação de serviços profissionais farmacêuticos;
  • revisar os fatores que influenciam a implantação de serviços profissionais farmacêuticos;
  • promover o processo de implantação dos serviços profissionais farmacêuticos;
  • propor estratégias para a implantação de serviços profissionais farmacêuticos.

Esquema conceitual

Introdução

A história da farmácia comunitária (FCfarmácia comunitária) passou por diferentes fases, que compreendem a preparação e elaboração de medicamentos individualizados (preparação de magistrais ou formulação magistral), a dispensação ou distribuição no varejo de medicamentos já prontos para sua comercialização e a suposição, mais recentemente, de um papel mais clínico por parte do farmacêutico, que se iniciou com a filosofia da assistência farmacêutica, cuja operacionalização está se traduzindo na prestação de serviços assistenciais.1

Trata-se de etapas tão diferentes entre si que alguns autores chegaram a afirmar que esse processo, visto em retrospectiva, na verdade representa uma série de profissões totalmente diferentes, unidas apenas por um nome comum, farmácia, e associadas a um produto comum, o medicamento.1

À medida que atividades profissionais como a elaboração de medicamentos individualizados vêm perdendo peso percentual, embora continuem a ter transcendência e importância qualitativa, os líderes da profissão têm tentado mudar o foco dela do produto para o paciente, orientando a prática farmacêutica para a prestação de serviços dirigidos aos pacientes e, portanto, não dependentes da dispensação de medicamentos.

Durante esses últimos anos de transição da farmácia para uma prática orientada ao paciente, já existem algumas suposições que foram aceitas pelo coletivo. Tal como afirmou o professor Hepler, a farmácia é, ou deve ser, uma profissão clínica.2 De fato, desenvolveu-se todo um corpo de doutrina que basicamente constitui uma filosofia da prática,3,4 que tem suas raízes no conceito de pharmaceutical care (cuidado farmacêutico) e na já paradigmática publicação de Hepler e Strand, de 1990.5

Esse processo de transição, contudo, gerou um longo processo de transformação da profissão que, na opinião dos autores deste capítulo, em alguns países, não termina. Mesmo assim, na atualidade, praticamente todas as organizações e instituições profissionais defendem a transformação da prática farmacêutica para uma atividade mais clínica centrada no paciente que utiliza medicamentos, até o ponto que, no documento publicado pela Fédération Internationale Pharmaceutique (FIP) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2006, o coletivo é alertado de que “não há futuro (para a profissão) no mero ato de dispensação”.6

Parece evidente, portanto, que a profissão deve centrar seus esforços em um compromisso com a transformação da profissão, cujo único caminho parece ser o da prática de serviços assistenciais na farmácia, os quais, na Espanha, o Fórum de Atenção Farmacêutica em Farmácia Comunitária (Fórum AF-FCfarmácia comunitária) define como serviços profissionais farmacêuticos assistenciais (SPFAserviço profissional farmacêutico assistencials).7

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