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MANIPULAÇÃO DE FORMAS SÓLIDAS MAGISTRAIS: ASPECTOS FARMACOTÉCNICOS E NOVAS TENDÊNCIAS

Marilisa Guimarães Lara

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • analisar conceitos e inovações das formas farmacêuticas manipuladas;
  • discorrer sobre aspectos farmacotécnicos da manipulação e formas farmacêuticas sólidas;
  • identificar aspectos relacionados à manipulação de formas sólidas que podem influenciar a resposta terapêutica.

Esquema conceitual

Introdução

As formas farmacêuticas sólidas são amplamente empregadas na terapêutica e geralmente têm grande aceitação por parte dos pacientes, favorecendo a adesão ao tratamento. Elas podem ser produzidas de maneira eficiente em escala industrial, podendo também ser manipuladas.1

As formas sólidas são bastante estáveis e podem ser produzidas contendo várias doses diferentes, para liberação convencional ou modificada, atendendo, assim, a diferentes necessidades. Além disso, são fáceis de ser transportadas e facilmente deglutidas, o que aumenta a adesão do paciente ao tratamento.1

Entre as formas farmacêuticas sólidas, destacam-se comprimidos, cápsulas, pós e granulados, filmes e formas revestidas. Entre elas, algumas necessitam de tecnologia de produção avançada, comumente realizada em escala industrial. Por outro lado, grande parte das formas sólidas pode ser produzida no setor magistral de maneira eficiente seguindo critérios de qualidade.

A manipulação de formas sólidas oferece vantagens como flexibilidade de dosagens, formas e composição, o que permite a manipulação de fórmulas individualizadas, atendendo a necessidades específicas do paciente.

Embora a maioria dos pacientes relate facilidade para deglutir cápsulas e comprimidos, a dificuldade de deglutição pode ocorrer e é bastante comum, principalmente em pacientes com dificuldades motoras, pacientes pediátricos, geriátricos ou ainda na clínica veterinária. Muitas vezes, o fármaco prescrito só se encontra disponível no mercado na forma de comprimidos.

Nesses casos, a manipulação pode oferecer formas alternativas para facilitar a adesão ao tratamento. O mesmo pode se dar quando o paciente apresenta alguma necessidade especial, como alergia ou intolerância a componentes da formulação de um comprimido.

A manipulação de formas sólidas também oferece grande flexibilidade de doses, permitindo a individualização da prescrição para as necessidades reais do paciente e oferecendo a dose desejada com exatidão. Formas manipuladas para finalidades específicas como as citadas são uma opção mais segura do que a alteração de uma forma farmacêutica disponível no mercado.

A manipulação de formas sólidas também permite a associação de vários fármacos em uma mesma unidade de dosagem, como cápsulas e pós dispensados em sachês, o que diminui o número de unidades a serem ingeridas, facilitando a administração, o que favorece também a adesão ao tratamento.

De acordo com a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nº 67, de 8 de outubro de 2007, manipulação é o conjunto de operações farmacotécnicas com a finalidade de elaborar preparações magistrais e oficinais e fracionar especialidades farmacêuticas para uso humano.2

A manipulação deve seguir procedimentos técnicos bem fundamentados e boas práticas de manipulação (BPMboa prática de manipulaçãos). Nesse sentido, este capítulo irá discorrer sobre algumas formas farmacêuticas comumente manipuladas para que se possam avaliar as opções que a manipulação oferece para uma dispensação adequada.

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