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FIBRAS ALIMENTARES: NOVOS CONCEITOS E RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Autor: Luciana Zuolo Coppini
epub-BR-PRONUTRI-C13V2_Artigo

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • definir e classificar as fibras alimentares (FAs) ou fibras dietéticas (FDs) em relação a composição química, solubilidade e fermentação;
  • explicar a ação das fibras prebióticas e do amido resistente (AR);
  • descrever o significado clínico dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs);
  • identificar o papel das FAs na prevenção de doenças crônicas;
  • relacionar as principais recomendações de ingestão de FAs.

Esquema conceitual

Introdução

Tradicionalmente, as FAs são consideradas as partes comestíveis das plantas ou quaisquer carboidratos que sejam resistentes à digestão e à absorção no intestino delgado em humanos, com completa ou parcial fermentação no intestino grosso. Portanto, elas incluem1

  • todos os polissacarídeos não celulósicos (hemiceluloses, gomas, mucilagens, substâncias pécticas);
  • celulose;
  • oligossacarídeos (fruto-oligossacarídeos [FOSs], inulina);
  • lignina (não polissacarídeo);
  • substâncias associadas às plantas.

Nas duas últimas décadas, a definição tradicional de FAs vem gerando diversos questionamentos no meio científico, que vão além do tópico de carboidratos não serem digeríveis no intestino delgado.2 As principais questões que têm sido tema de debate estão relacionadas com os seguintes aspectos, por exemplo:2

  • peso molecular dos carboidratos;
  • inclusão do AR;
  • presença de compostos fenólicos ligados à parede celular;
  • relevância do eixo intestino–cérebro.

A microbiota intestinal humana exerce uma função fundamental na manutenção da saúde e na prevenção e/ou no tratamento de doenças, que podem estar relacionadas com o trânsito lento e o aumento da pressão luminal associados a constipação, hemorroidas, apendicite, divertículos e varizes. O trânsito lento ainda gera a produção de carcinógenos e a ocorrência da doença inflamatória intestinal, além de interferir na absorção e no metabolismo de nutrientes, contribuindo para a obesidade, o diabetes melito tipo 2 (DM2) e a dislipidemia.2,3

As fibras passaram a ser consideradas parte essencial de uma dieta saudável em razão de seus efeitos fisiológicos, metabólicos e nutricionais.2,3

O aumento da ingestão de FAs deve ser visto como uma importante questão de saúde pública, uma vez que o nível de ingestão mundial está muito longe das recomendações.

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