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FISIOTERAPIA AQUÁTICA NAS DISFUNÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS

Autores: Flávia Gomes Martinez, Marcela Zimmermann Casal
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever os princípios físicos que regem os fluidos e sua interação com o corpo humano, incluindo aspectos fisiológicos e biomecânicos;
  • reconhecer as possibilidades terapêuticas da fisioterapia aquática (FA);
  • identificar os métodos aquáticos utilizados no tratamento fisioterapêutico de pacientes com disfunções musculoesqueléticas;
  • escolher criticamente a(s) forma(s) de utilização da FA, entre as diversas opções disponíveis, no tratamento de determinado paciente com disfunção musculoesquelética.

Esquema conceitual

Introdução

A utilização da água para fins terapêuticos é milenar. Usada inicialmente de forma empírica, a hidroterapia tem sido foco de estudos; seus efeitos biomecânicos, fisiológicos e terapêuticos no corpo humano, especialmente no que tange à imersão, vêm sendo investigados.

A hidroterapia explora a água de diversas formas, como, entre outras:

  • uso hidropínico (ingesta hídrica);
  • crioterapia;
  • duchas;
  • compressas;
  • banhos de imersão;
  • hidromassagem.

Por causa do uso interdisciplinar dessa variedade de terapias pela água, o termo hidroterapia (em inglês, hydrotherapy), quando usado no âmbito da fisioterapia, foi substituído por fisioterapia aquática (em inglês, aquatic physiotherapy).

No Brasil, a FA é a especialidade, reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) em 2014, em que a fisioterapia é realizada no ambiente aquático, quase sempre aquecido. O paciente e o fisioterapeuta permanecem imersos na água durante as sessões, interagindo e explorando as propriedades físicas do meio líquido.1

A FA atua em âmbito generalista, pois se trata de uma especialidade de contexto, podendo auxiliar outras especialidades no manejo clínico de seus pacientes. Ela pode ocorrer em clínicas, clubes, hospitais ou mesmo no domicílio do paciente, atuando nas atenções primária, secundária e terciária à saúde humana.

A água é um meio facilitador da recuperação. Nesse sentido, a FA tem sido cada vez mais empregada em disfunções musculoesqueléticas, como lesões esportivas e ortopédicas, promovendo o encorajamento emocional e o retorno antecipado à atividade física no solo. A FA conta com uma variedade de técnicas e métodos que a tornam um recurso excepcional para a recuperação de pessoas de todas as faixas etárias, como a terapia manual, a hidrocinesioterapia e métodos terapêuticos específicos.

Há muitas diferenças entre a atuação fisioterapêutica nos ambientes seco e aquático. Diante disso, além de ter experiência prática, é fundamental que o fisioterapeuta entenda os princípios físicos da água e os impactos biomecânicos e fisiológicos gerados por eles sobre o corpo humano. O domínio de fundamentos de hidrostática e hidrodinâmica é essencial para que o profissional explore da melhor forma o ambiente aquático durante a realização do tratamento.

O objetivo deste capítulo é desenvolver a capacidade crítica para que o leitor compreenda e escolha entre as diversas formas de utilização da FA no contexto da fisioterapia musculoesquelética. Algumas modalidades serão abordadas, levando em consideração os princípios físicos da água e os efeitos fisiológicos da imersão, como:

  • terapia manual;
  • hidrocinesioterapia;
  • método Halliwick;
  • método dos anéis de Bad Ragaz (MABR);
  • método watsu.

A FA pode ser considerada um recurso coadjuvante de tratamento, uma vez que o hábitat natural do homem é no ambiente seco. Ela pode ser somada ou alternada com outras técnicas realizadas no solo. Pode, ainda, constituir o meio principal da fisioterapia em alguns casos e fases do tratamento, respeitando a integralidade do paciente para as devidas escolhas terapêuticas.

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