Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- revisar o mecanismo de trauma envolvendo a fratura do acetábulo do paciente idoso;
- descrever o padrão de fratura de acetábulo nessa população;
- avaliar o paciente com suspeita de fratura do acetábulo;
- identificar as comorbidades associadas que possam dificultar o tratamento;
- reconhecer os sinais de mau prognóstico;
- analisar os conceitos necessários para o cuidado pós-operatório adequado;
- tratar as complicações pós-operatórias da fratura do acetábulo em idosos.
Esquema conceitual
![](https://api.plataforma.grupoa.education/v1/portalsecad/articles/13047/links/Images/EC_Fratura.png)
Introdução
A fratura do acetábulo acomete 3 em cada 100 mil habitantes todos os anos.1 Nos últimos 30 anos, a sua incidência em indivíduos com idade superior a 60 anos aumentou na ordem de 2,4 vezes.2 Apesar de frequentemente estar relacionada a traumas de grande energia — como acidentes automobilísticos, quedas de grandes alturas e atropelamentos —, nos pacientes idosos, são predominantes os traumas de baixa energia, como quedas simples.
Pelo aumento na longevidade da população, a ocorrência de quedas em idosos vem se tornando cada vez mais frequente, com a dificuldade aumentada pela variedade de comorbidades muitas vezes associadas ao trauma, como osteoporose, osteopenia, diabetes, alterações cardiovasculares e infecções associadas.
Nesses indivíduos, em geral, há pior qualidade óssea, e as fraturas com grande fragmentação, migração medial da cabeça femoral, afundamento articular, artrose, fraturas associadas do colo e cabeça femoral estão frequentemente presentes, devendo ser avaliadas, de forma adequada, para melhor decisão entre as opções de tratamento. A seguir, será abordado individualmente cada um desses aspectos, sugerindo uma linha de raciocínio que guie o ortopedista no atendimento ao paciente idoso com fratura do acetábulo.