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Hipertensão pulmonar na idade avançada

Autores: Ana Luiza Murta e Di Flora, Camila Cardoso Perpétuo, Frederico Brina Correa Lima de Carvalho
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • analisar os conceitos e a classificação em grupos da hipertensão pulmonar;
  • considerar a epidemiologia mais frequente na população idosa;
  • reconhecer os sinais e os sintomas da hipertensão pulmonar, principalmente nos idosos;
  • realizar o fluxo diagnóstico de hipertensão pulmonar;
  • indicar e interpretar os resultados da propedêutica;
  • manejar a hipertensão pulmonar dos grupos II e III;
  • considerar os riscos e os benefícios na população em idade avançada de cada modalidade de tratamento da hipertensão pulmonar.

Esquema conceitual

Introdução

A hipertensão pulmonar (HP) é um distúrbio vascular complexo e com consequências devastadoras. Caracteriza-se por elevação tanto da pressão arterial pulmonar (PAP) quanto da resistência vascular pulmonar (RVP), que, por fim, levam à insuficiência cardíaca (IC) direita e à morte. Ela é definida hemodinamicamente quando a pressão arterial pulmonar média (mPAP) em repouso se encontra igual ou acima de 20mmHg ou no exercício igual ou acima de 30mmHg, confirmada por meio de cateterismo cardíaco direito.1,2

A circulação pulmonar tem como características hemodinâmicas baixa pressão, baixa resistência e alta capacitância, conseguindo tolerar e ajustar-se ao aumento do fluxo sanguíneo associado ao exercício sem aumento relevante da pressão. Fatores que alteram direta ou indiretamente essa capacidade adaptativa, como a congestão associada à IC esquerda, a destruição do parênquima pulmonar, a presença de hipoxemia e/ou hipercapnia ou a obstrução do leito vascular, poderão desencadear HP.3

No longo prazo, sob exposição contínua de tais fatores, ocorrem alterações na estrutura e na função do ventrículo direito (VD), inicialmente com hipertrofia e, na fase mais avançada, com dilatação e insuficiência, levando ao chamado cor pulmonale.3

A HP acomete cerca de 1% da população mundial. Em se tratando da hipertensão arterial pulmonar (HAP) em específico, classicamente, a doença sempre foi considerada uma condição de mulheres jovens; no entanto, nas últimas décadas, vem ocorrendo mudança significativa na sua epidemiologia, com aumento do diagnóstico em homens e idosos.4 As razões para esse aumento de incidência na população idosa são desconhecidas. Entretanto, é possível associar como fatores:5,6

 

  • o envelhecimento populacional global, com consequente aumento das doenças associadas ao envelhecimento que levam à disfunção endotelial;
  • a evolução dos métodos de triagem e diagnósticos;
  • o maior conhecimento e compreensão sobre a doença pelos profissionais de saúde.

A principal causa de HP na população geral e, especificamente, na população idosa, é a IC esquerda, seguida, logo depois, pelas doenças crônicas pulmonares, mais especificamente a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Na população geral, e principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, outras causas merecem atenção: cardiopatias congênitas e doenças infecciosas como esquistossomose e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).7

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