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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM AFERIÇÃO DA PRESSÃO INTRACRANIANA: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Autor: Daniele Santana de Souza
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • lidar com pacientes em monitoramento invasivo da pressão intracraniana (PIC), com base em conhecimentos técnicos e científicos;
  • identificar as manifestações cerebrais relacionadas à hipertensão intracraniana (HIC);
  • citar os novos métodos de aferição minimamente invasiva da PIC;
  • executar a prescrição de enfermagem e cuidados importantes para o controle da HIC.

Esquema conceitual

Referências

PIC é a pressão exercida pelos componentes cerebrais no interior do crânio. O presente capítulo visa disponibilizar informações de suma importância para o desenvolvimento das práticas do técnico em enfermagem que cuida de pacientes com histórico de doenças neurológicas que alteram a PIC.

Neste capítulo, serão abordados tópicos como

  • valores normais e anormais da PIC;
  • causas da HIC;
  • inovação tecnológica em aferição minimamente invasiva da PIC, sem a necessidade de cirurgia;
  • monitoramento invasivo da PIC;
  • sistematização da assistência de enfermagem a pacientes em monitoramento da PIC.

Com a criação de novos métodos de aferição dos valores da PIC, que serão mencionados ao longo do texto, é possível realizar um diagnóstico precoce das manifestações cerebrais que alteram esses valores.

Sérgio Mascarenhas, professor e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), teve um grande e permanente impacto sobre a cidade de São Carlos/SP e as duas entidades acadêmicas de sucesso que ali se desenvolveram: o campus da USP — onde participou da criação da Faculdade de Engenharia e, a seguir, do Instituto de Física — e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ele foi o fundador do polo do Instituto de Estudos Avançados da USP em São Carlos.1

Referência para a pesquisa básica no País, Mascarenhas associou esse conhecimento à tecnologia e ao empreendedorismo, desenvolvendo soluções para desafios na área da medicina, com o objetivo de melhorar a vida das pessoas. Em 2006, depois de ter sido diagnosticado com hidrocefalia, desenvolveu um sensor não invasivo para monitorar a PIC. “Eu não me conformava que em pleno século XXI ainda fosse preciso fazer um furo na cabeça para medir a PIC”, recordou, em entrevista à revista Pesquisa Fapesp.1

O desenvolvimento do sensor supracitado contou com a parceria de pesquisadores de diversas instituições, como as faculdades de medicina da UFSCar e da USP de Ribeirão Preto/SP, além de médicos do Hospital Universitário de São João, da Universidade do Porto, Portugal. Em 2014, junto com o farmacêutico bioquímico Gustavo Frigieri Vilela, que foi seu aluno de doutorado na USP de São Carlos, e o engenheiro Rodrigo Andrade, Sérgio Mascarenhas criou a startup Brain4care para produzir o dispositivo. A empresa, hoje, tem escritórios próprios no Brasil e nos Estados Unidos, onde realiza pesquisas, além de Portugal e Bélgica.1

Em 2020, Mascarenhas estava preocupado com a situação da ciência no País:1

Dizer, como estão dizendo atualmente, que o Brasil não precisa de ciência básica é não conhecer nada da evolução da humanidade. Dá pesquisa básica nasce a ciência aplicada. O Brasil, se não for pelo caminho da ciência, da computação, da inteligência artificial, da robótica, da nanotecnologia, vai ficar cada vez mais colonizado pela tecnologia alheia. O caminho para o desenvolvimento passa pela tecnologia, pela educação e pelo empreendedorismo.

O cenário de inovação tecnológica apresentado permite realizar intervenções menos invasivas no diagnóstico e no tratamento dos pacientes, em busca de melhoria da saúde e da qualidade de vida. Além disso, possibilita detectar doenças em fase inicial, como também reduzir custos com terapêuticas dispendiosas que resultam em efeitos negativos no sistema financeiro do serviço público.

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